O Punk não é só para o seu Namorado: esfera pública alternativa, processos de identificação e testemunho na cena musical Riot Grrrl

  • Eliza Bachega Casadei Universidade de São Paulo

Resumo

O movimento Riot Grrrl surgiu em meados dos anos 90 e é constituído por garotas que usam o rock como instrumento da luta política feminista. Além de utilizar a música como elemento identitário e político central, esse movimento também é caracterizado pela constituição de uma esfera pública alternativa (formada por fanzines, blogs e e-zines) que funciona tanto como um modo de divulgar as suas músicas quanto como disparadores de mecanismos de identificação em relação às suas causas políticas. O objetivo do presente trabalho é estudar os instrumentos que estas bandas feministas – que se afastam dos movimentos políticos feministas tradicionais – utilizam para criar identificação com o seu público, principalmente a partir de uma pesquisa empírica dos e-zines publicados por estas bandas e pela ação comunicativa de suas líderes nas redes sociais. É possível notar que, a despeito de outros mecanismos de identificação, é o testemunho que funciona como elo de sociabilização que marca a esfera pública alternativa composta pelas publicações feitas pelas Riot Grrrls. O testemunho funciona como um poderoso agenciador das identidades coletivas, uma vez que está pressuposto no reconhecimento de um mundo em comum, alocando a identidade enquanto ato performativo.

Biografia do Autor

Eliza Bachega Casadei, Universidade de São Paulo

Eliza Bachega Casadei é Doutoranda em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e professora dos cursos de Comunicação Social do Complexo Educacional FMU-FIAM-FAAM. É Mestre em Ciências da Comunicação e graduada em Comunicação Social pela ECA/USP. Lattes: http://lattes.cnpq.br/6547895943001454. Email: elizacasadei@yahoo.com.br.

Publicado
2013-07-15
Edição
Seção
Artigos