Roquianos, suburbanos e dançarinos: Rock and roll carioca (55-60)

  • Marcelo Garson Universidade de Sao Paulo

Resumo

O objetivo deste artigo é iluminar alguns aspectos da gênese do rock and roll no Brasil. Analisando o curto período localizado entre 1955 e 1960, busca-se contestar a ideia de que, nessa época, o rock era praticamente inexistente enquanto prática social, composto em grande medida por iniciativas esparsas de intérpretes já consagrados. Não trabalhando com noções pré-definidas do que é rock, é possível enxergar como o mesmo conceito muda de definição com o passar do tempo. Uma extensa análise dos jornais e revistas da época deixa claro que rock and roll já era bastante reconhecido, sendo entretanto tomado como dança e não como gênero musical. É justamente essa natureza que nos interessa analisar, o que nos leva à descoberta de um circuito de eventos sociais extremamente movimentado nos subúrbios cariocas. Nesses locais, os dançarinos disputavam concursos onde a superioridade técnica de suas acrobacias estava em jogo. Organizados a partir da lógica dos shows de variedades, esses eventos contavam com atrações das mais diversas, revelando em sobremedida como a atmosfera do espetáculo é importante para compreender o papel social da música nessa época.

Biografia do Autor

Marcelo Garson, Universidade de Sao Paulo
Marcelo Garson é Doutorando em Sociologia pela Universidade de São Paulo, Bolsista do CNPq e Mestre em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense Bolsista do CNPq
Publicado
2013-07-13
Edição
Seção
Artigos