Viagem à Índia — maio a julho de 2017: travessias e atravessamentos

  • Ricardo Carlos Gomes Universidade Federal de Ouro Preto

Resumo

Relato de uma viagem de duplo sentido. No sentido exterior, é a exploração do território das artes cênicas indianas na atualidade, sobretudo no que diz respeito ao teatro-dança clássico. No sentido interior, é uma viagem para dentro de si mesmo, através do estranhamento, em intenso contato com a diversidade em uma terra distante. O pano de fundo é a reflexão sobre o interculturalismo contemporâneo, na perspectiva de um artista e pesquisador brasileiro. As premissas são as repercussões e desdobramentos da Antropologia Teatral no Brasil desde os anos 80 e o desenvolvimento e intensificação das relações culturais entre as artes cênicas ocidentais e orientais nos últimos 50 anos. Tendo vivido em primeira pessoa esses fatos históricos, o autor encontrou-se nessa viagem atravessado por suas vivências, memórias e afetos. Daí o duplo caráter do relato. É exploração de território, tentativa de compreender as complexas negociações dos artistas indianos com a contemporaneidade, entre ética e estética, tradição e modernidade, espiritualidade e luta pela sobrevivência. É exploração de si mesmo, que envolve vivência, observação e experiência com práticas corporais/espirituais — especificamente, de teatro-dança clássico indiano Kathakali e de Iyengar Yoga.

Biografia do Autor

Ricardo Carlos Gomes, Universidade Federal de Ouro Preto
Professor Associado do Departamento de Artes da Universidade Federal de Ouro Preto

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Publicado
2018-03-19