Teatro Político: Uma reflexão sobre ‘a política’

  • Fernando Bueno Catelan Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP

Resumo

Nesta pesquisa, relatamos nossas investigações sobre os processos teatrais na Educação de Jovens e Adultos (EJA), realizada numa escola da rede municipal de São Bernardo do Campo (SP). Dialogamos com o pedagogo Paulo Freire, o teatrólogo Augusto Boal, a partir da definição de ‘a política’ do filósofo Jacques Rancière, que a relaciona e analisa em oposição ‘a polícia’ e em tensão com ‘o político’. Dessa forma, a política foi trabalhada no intuito de verificarmos a intervenção teatral na educação como uma ação política, entendendo, como Boal afirma: que “todo teatro é necessariamente político”. Nessa perspectiva, nosso campo de pesquisa reafirma a ação política ao propor práticas teatrais – Jogos teatrais; Improvisação e Teatro do Oprimido – na EJA, a qual se orienta pela concepção pedagógica de Freire, que também aborda a educação como uma forma de ação política, isto é, uma educação crítico-libertadora cuja prática constante possibilita a emancipação dos sujeitos.

Biografia do Autor

Fernando Bueno Catelan, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP
Ator, Educador, Pesquisador e Diretor. Mestrando do programa de Pós-Graduação PROF-ARTES no Instituto de Artes UNESP, sob a orientação da Profa. Dra. Carminda Mendes André. Bacharel em Direção Teatral (2007) e Licenciado em Artes Cênicas (2006) pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP/MG). Arte educador desde 1995, atualmente é professor de arte na Educação de Jovens e Adultos em São Bernardo do Campo/SP.

Referências

ABBAGNAMO, Nicolas. Dicionário de Filosofia. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012.

AGENCIA BRASIL. Estudo mostra que 1,3 milhão de jovens de 15 a 17 anos abandonam escola. 27 fev. 2016. Disponível em: . Acesso em: 29 jun 2017.

BOAL, Augusto. O Teatro do Oprimido e outras Políticas Poéticas. São Paulo: Editora Cosac Naify, 2013.

BOAL, Augusto. Jogos para atores e não-atores. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Brasília: Senado Federal: Centro Gráfico, 2013.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5ª a 8ª série: Introdução. Secretaria de Educação Fundamental, 2002.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 2010.

FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a liberdade e outros escritos. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2015a.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. ed. 59. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2015b.

FREIRE, Paulo. Medo e Ousadia. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. ed. 36. São Paulo: Paz e Terra. 2014.

FRIGERIO, Graciela. Palestra na conferência “Educar y hacer escuela para la inclusión social y la emancipación”. Santa Fe, Argentina, 2005. Disponível em: . Acesso em: ‎23‎ abr ‎2017. E disponível em: . Acesso em 25 out 2016.

MEC. Novo programa pretende conter evasão e levar 1,6 milhão de jovens de volta às salas de aula, 06 mai. 2016. Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2017.

MUNIZ, Mariana de Lima. Improvisação como espetáculo: processo de cria-ção e metodologia de treinamento do ator-improvisador. Belo Horizonte: UFMG, 2015.

NASCENTES, Antenor. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. Rio De Janeiro 1955. Disponível em: Acesso em: 19 jun. 2017.

PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO. Práticas Pedagógicas V: experiências e vivências em EJA. São Bernardo do Campo/SP: Secretaria de Educação, 2016.

RANCIÈRE, Jacques. O mestre ignorante. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

RANCIÈRE, Jacques. O desentendimento – política e filosofia. São Paulo: Editora 34, 1996.

RANCIÈRE, Jacques. Nas margens do político. Lisboa: KKYM, 2014.

RANCIÈRE, Jacques. Atualizando o mestre ignorante. Jan. 2003. Entrevistadores: Patrice Vermeren; Laurence Cornu; Andrea Benvenuto. Campinas: CEDES, 2003. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/es/v24n82/a09v24n82.pdf>. Acesso em: 10 out. 2013.

SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 2015.

STOKLOS, Denise. Solos do Brasil. São Paulo, SP. 25 nov. 2002. Aula aberta ministrada no Teatro João Caetano.

STRECK, Danilo R.; REDIN, Euclides; ZITKOSKI, Jaime José (Orgs). Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.

VICO, Giambattista. Ciência Nova. São Paulo: Hucitec, 2015.

Publicado
2018-03-19