É para a dança perder o juízo?
Resumo
A lógica de codificação implementada no balé entre o século XVII e o século XVIII, pode ser vista como legítima representante do trabalho em profundidade deliberado pelos imperativos modernos e constituiu-se como o traço de verdade no âmbito do saber para a arte da dança, pois as grandes massas das produções subseqüentes neste campo foram sensíveis a seus princípios. Embora o projeto de diversos artistas da dança, nestes últimos 4 séculos, tenha sido motivado pela negação à tradição em busca de uma singularidade que fizesse a diferença, alguns parâmetros operativos relevantes, neste percurso, mantiveram-se relativamente estáveis. “Estes momentos de rejeição têm repetido e reforçado a dinâmica da ideologia modernista” (Lepecki, 2004:171). Os sucessivos paradigmas estéticos identificados e nomeados pelos historiadores, teóricos e críticoscumprem função estratégica na economia que regulou este mercado.
Referências
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