É para a dança perder o juízo?

  • Paulo Paixão Universidade Federal do Pará

Resumo

A lógica de codificação implementada no balé entre o século XVII  e o século XVIII, pode ser vista como legítima representante do trabalho em profundidade deliberado pelos imperativos modernos e constituiu-se como o traço de verdade no âmbito do saber para a arte da dança, pois as grandes massas das produções subseqüentes neste campo foram sensíveis  a  seus princípios. Embora o projeto de diversos  artistas da dança, nestes últimos 4 séculos, tenha sido motivado pela negação à tradição em busca de uma singularidade que fizesse a diferença,  alguns parâmetros operativos relevantes, neste percurso, mantiveram-se relativamente estáveis. “Estes momentos de rejeição têm repetido e reforçado a dinâmica da ideologia  modernista” (Lepecki,  2004:171). Os sucessivos paradigmas estéticos  identificados e nomeados pelos historiadores, teóricos e críticos
cumprem função estratégica na economia que regulou este mercado.

Referências

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Publicado
2018-04-27