Desleituras e elementos da linguagem áudio-visual de Samuel Beckett em O esgotado de Gilles Deleuze

  • Manoel Moacir Rocha Farias Jr. Universidade de São Paulo

Resumo

Por meio de uma atenta leitura do texto O esgotado de Gilles Deleuze, mostraremos como a experimentação de linguagem radical das peças televisivas de Samuel Beckett, por ele mesmo dirigidas, inspira e propõe uma série de leituras, ou desleituras (como diz Anne Ubersfeld). Não deixando, pois, de levar em conta as conquistas formais de sua prosa e do teatro, por meio da observação das configurações corporais de alguns personagens- narradores, o que afeta o estatuto de sua enunciação, levando-os por meio de um complexo mecanismo de 3 sub-linguagens (“línguas”) a pôr em cheque a própria condição de perceber e representar.

Referências

BECKETT, Samuel. Collected shorter plays. New York: Grove Press, 1984.

HENZ, Alexandre de Oliveira. Estéticas do esgotamento: extratos para uma política em Beckett e Deleuze. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2005.

MELLVILLE, Herman. Bartleby, o escrivão – uma história de Wall Street. São Paulo: Cosac Naify, 2005.

UBERSFELD, Anne. A representação dos clássicos: reescritura ou museu. Revista Folhetim. Rio de Janeiro, Teatro do pequeno gesto, n. 13, p. 13-37, abril-jun. 2002.

Programa da peça A última palavra é a penúltima. Teatro da Vertigem, Lot e Zikzira Teatro Físico. São Paulo, 2008.

Publicado
2018-05-17
Seção
Territórios e Fronteiras da Cena