Para ler a sala de aula como dramaturgia: microimagens na aula de teatro

  • Letícia Leonardi Universidade Estadual Paulista

Resumo

Esse artigo surge de um “estranhamento” proporcionado por uma situação ocorrida em uma experiência com jovens de 13 a 17 anos em um contexto de educação não formal. A imagem de uma jovem boliviana que nunca fala se justapõe a imagem de uma jovem que denuncia diferentes situações de abandono. Na perspectiva de uma educadora que revisita um acontecimento “como se fosse performance” a jovem cria uma  estranha microimagem,  capaz de estremecer  lugares do cotidiano.  Esta imagem é também uma fresta para questões sociais não resolvidas e para analisá-la percorri  alguns aspectos daquilo que se convencionou chamar de performance. Busco  com isso  pensar em como  situações do cotidiano  escolar que capturam o professor  podem ser  analisadas e   registradas numa perspectiva criativa   e significativa.Procuro assim responder à pergunta: analisar acontecimentos, sustos e  estranhamentos do cotidiano da “aula de teatro” como se fossem performance pode ser uma possibilidade de busca de um olhar mais ético sobre o cotidiano?

Referências

MONOGRAFIAS E VOLUMES COLETIVOS

ANDRÉ, Carminda Mendes. Teatro pós-dramático na escola. Inventando espaços: estudos sobre as condições do ensino do teatro em sala de aula. São Paulo: Editora UNESP, 2011.

CABRAL, Beatriz Ângela Vieira. Teatro em Trânsito: a pedagogia das interações no espaço da cidade. São Paulo: Hucitec;2012.

DELEUZE, G.; Guattari, F. Introdução: Rizoma. In: _____. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. São Paulo: Editora 34, 2004. v.1, p.11-37.

FLASZEN, Ludwik e POLLASTRELLI, Carla (Orgs.). O Teatro Laboratório de Jerzy Grotowski, 1959-1969. São Paulo: Perspectiva e SESC/ Pontedera, Itália: Fondazione Pontedera Teatro, 2007. Tradução de: Berenice Raulino.

GUÉNOUN, Denis. O teatro é necessário? São Paulo: Perspectiva, 2014.

JACQUES, Paola Berenstein. Estética da Ginga. A arquitetura das favelas através da obra de Hélio Oiticica. Rio de Janeiro: Casa da Palavra/RIOARTE, 2001.

LYOTARD, Jean-François - O inumano considerações sobre o tempo. Editora Estampa.Lisboa,1997. Tradução: Ana Cristina Seabrae Elisabete Alexandre.

LYOTARD, Jan Fançois Lyotard. O pós moderno explicado às crianças. correspondência 1982-1985. 2. ed. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1993.

DOWSEY, John (Org.) ; MULLER, Regina P. (Org.) ; HIKIJI, Rose Satico G. (Org.); MONTEIRO, Marianna. F. M. (Org.). Antropologia e Performance, Ensaios Napedra. 1a.. ed. São Paulo: Terceiro Nome, 2013.

PEIXOTO, Nelson Brissac. "Ver o invisível, a ética das imagens". In: Ética. NOVAES, Adauto (org). Ética. São Paulo; ed. Companhia das Letras, 1992.

RANCIÈRE, Jacques. O mestre ignorante: cinco lições sobre emancipação intelectual. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. Tradução de: Lílian do Valle.

ROSENFELD, Anatol. O teatro épico. São Paulo, Perspectiva, 1985.

SOARES, Carmela. Pedagogia Do Jogo Teatral - Uma Poética Do Efêmero - Col. Pedagogia Do Teatro. São Paulo: Aderaldo & Rothschild,2010.

CONTRIBUIÇÕES EM VOLUMES COLETIVOS

LEONARDI, Letícia(2015): “Entre raízes: zonas de risco”. Em: ANDRÉ, Carminda Mendes; RAMIREZ, José Manoel L. (Org.). Terra Férteis. Pesquisas em Arte Contemporânea e Arte-Educação. 1. ed. São Paulo: BT Acadêmica, 2015. v. 1. 198p.

ARTIGOS EM REVISTAS

DAWSEY, John C. O Teatro Dos “Bóias-Frias”: Repensando A Antropologia Da Performance. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 11, n. 24, p. 15-34, jul./dez. 2005.

DAWSEY, John C. O teatro em Aparecida: a santa e o lobisomem. MANA 12(1): 135-149, 2006.

SCHECHNER, Richard. O que é performance. O Percevejo, n.12, p. 25-50, 2003.

DISSERTAÇÕES

LEONARDI, Letícia. O Ator Criador na Fondazione Pontedera Teatro: reflexões acerca do “diretor ignorante” e do “ator emancipado”. São Paulo, 2012, p. 29-173. (Mestrado em Artes) – Instituto de Artes, Universidade Estadual Paulista.

Publicado
2018-05-18
Seção
Estudos da Performance