UM JANTAR MUITO ORIGINAL

  • Carolina Lyra Barros da Silva Esteves Instituto Politécnico do Porto

Resumo

O trabalho a ser apresentado é um curta metragem produzido a partir de uma performance baseada no conto “Um Jantar Muito Original” de Fernando Pessoa. A antropofagia presente no conto é tratada dramaturgicamente a partir de elementos baseados no conceito de antropofagia cultural de Oswald de Andrade e suas reverberações na produção artística brasileira. A performance debate a relação de Apolo e Dionísio na estética antropofágica, fundamentada pelo pensamento trágico nietzschiano e foi concebida como prática anexada à minha dissertação de mestrado intitulada “Apolo sob o signo da devoração: a antropofagia no desenvolvimento de uma prática cenográfica”. Defendida na Escola de Música e Artes do Espetáculo do Instituto Politécnico do Porto – Portugal, a pesquisa se propõe revelar a trajetória estética da companhia Teatro Oficina Uzyna Uzona em busca de uma Casa que comunique seu ideário e uma análise mais aprofundada do projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi e Edson Elito que abriga hoje a companhia. A grande Janela que Lina e Elito projetaram no Terreiro Eletrônico, como é conhecido o Teatro Oficina, contracenam nesta pesquisa com outras duas grandes e detalhadas Janelas encontradas nas obras antropofágicas de Pessoa e Oswald. O curta produzido a partir de performances realizadas no edifício da Escola de Belas Artes da UFRJ traz à cena, sob o signo da devoração, conceitos estéticos que comunicam a antropofagia. Com especial atenção à cenografia, o Jantar é servido durante uma longa tarde onde os convivas, assim como no conto original não tinham grandes informações prévias dos acontecimentos performáticos.

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Publicado
2018-05-25
Seção
Mito, Imagem e Cena