CIDADES PROIBIDAS E IMAGINADAS: A CENA FESTIVA NA RUA

  • Silvia Patricia Fagundes

Resumo

O trabalho analisa o processo criativo, experiências e trajetória do espetáculo Cidade Proibida, que busca compor territórios provisórios de convívio que colaborem na criação de imaginários urbanos festivos. Aliado aos imaginários urbanos, a festividade é um conceito importante para pensar a ação artística e política de uma cena que se oferece no espaço público da cidade como possível prática de encontro, em diálogo com os conflitos mais ou menos evidentes do contexto social urbano e do próprio fazer cênico. Desde 2013, a intervenção é realizada em lugares urbanos de possível convívio, que se tornam proibidos durante a noite pela ameaça potencial de violência. A diversidade dos artistas envolvidos, os diferentes espaços-tempo de apresentações, os acontecimentos do país e do mundo reverberam no espetáculo redefinindo constantemente sua composição, que reflete aspectos dinâmicos da própria cidade; caótica, violenta, plural, excessiva, festiva. Considerando a experiência viva da cena, que incorpora elementos teóricos e processos articulados de pensamento, o artigo considera relações possíveis entre arte e política, ética e estética, real e imaginário.

Referências

ARDENNE, Paul. Un Arte Contextual. Murcia: Cendeac, 2002.

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Publicado
2018-06-14
Seção
Territórios e Fronteiras da Cena