Romeu e Julieta pelo prisma da crítica

  • Naiara Dias da Silva Campos Universidade Federal de Uberlândia
  • Luiz Humberto Martins Arantes Universidade Federal de Uberlândia

Resumo

Este resumo consiste na análise do espetáculo Romeu e Julieta do Grupo
Galpão através do olhar da crítica. O Grupo Galpão se legitimou no cenário teatral brasileiro no início dos anos 90 quando junto a Gabriel Vilela realizou a montagem desta tão conhecida peça de Shakespeare. Entretanto o que é peculiar à montagem são as escolhas feitas pelo grupo acerca do universo da obra trágica, o não enrijecimento do texto e os elementos genuinamente brasileiros. A montagem possui uma linguagem “tupiniquim” e não escolhas habitualmente inglesas, de um estado
desconhecido por nós. O grupo faz uma repatriação da peça e de todo o universo shakespeariano. Os elementos da cena são, portanto, “nossos” e utiliza-se diasporicamente para encontro de uma nova identidade desta história, que é nossa, e de todos. A contemporaneidade está em nós, e somos nós mesmos que ditamos a Shakespeare esta mesma contemporaneidade. Sendo assim, coloca-se como pungente a repatriação de algo que fala à alma. Como é feito pelo Grupo em sua montagem, discorrer acerca da prática teatral do ponto de vista da crítica não é um
método usual dentro da academia, o que propomos em nossa pesquisa é
exatamente voltar o olhar para a critica como uma das responsáveis pela
repercussão deste espetáculo.

Referências

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Publicado
2018-08-15
Seção
História das Artes e do Espetáculo