Helena Ignez : ator-autor entre a histeria e a pose, o satélite e a sedução

  • Pedro Maciel Guimaraes Universidade de São Paulo
  • Ismail Xavier Universidade de São Paulo

Resumo

A atriz Helena Ignez utiliza de “orientações essenciais de interpretação”,
segundo a fórmula analisada por Luc Moullet, para singularizar seu aparecimento na
obra de diferentes cineastas identificadas. Essas figuras essenciais, que Helena
Ignez vai repetir e modelar de filme a filme, podem ser identificadas como o
“satélite”, a “histeria”, a “pose” e a “sedução” e colocam a questão da imobilidade do
corpo do ator e das relações extrafílmicas entre ator e diretor. Ignez se torna uma
verdadeira “atriz-autora”, conceito criado por Patrick McGilligan, quando colabora
com o cineasta que foi seu companheiro, Rogério Sganzerla. Assim, ela é capaz de
definir e orientar não somente a criação de um personagem ficcional, mas também a
organização formal de planos, sequências e até de filmes inteiros, tornando-se
coautora dos processos coletivos audiovisuais, sobretudo os filmes da época Belair,
em que atua.

Referências

AMIEL Vincent. “Comment le corps vient aux hommes? Jeux de l’acteur américain”, Conférences de la Cinémathèque Française, Paris, 20 de novembro de 2008

BERGALA Alain. “De l’impureté ontologique des créatures de cinéma”, in Trafic 50, verão de 2004

BERGALA Alain. Monika. Paris : Yellow Now, 2006.

COMOLLI Jean-Louis, Voir et pouvoir. L’innocence perdue: cinéma, télévision,

fiction, documentaire. Lagrasse : Verdier, 2004

JUNG Carl G. Tipos psicológicos. Rio de Janeiro: Zahar, 1967

MOULLET Luc. Politique des acteurs. Paris : Cahiers du Cinéma, 1993

MCGILLIGAN Patrick. Cagney, the Actor as Auteur., London : A.S Barnes, South

Brunswick, Tantivity, 1975.

Publicado
2018-08-26
Seção
História das Artes e do Espetáculo