Censura Vs. insubmissão: Plínio Marcos, o homem revoltado

  • Gessé Almeida Araújo Universidade Federal da Bahia
  • Angela de Castro Reis Universidade Federal da Bahia

Resumo

A presente comunicação investiga a relação do dramaturgo santista Plínio Marcos
(1935–1999) com a censura teatral entre os anos de 1959-1969. A hipótese central
denfendida se baseia na ideia de que o referido autor representou para o teatro
paulistano dos anos de 1960/70 uma personalidade artística de “homem revoltado”.
Para tanto, aproxima-se a natureza insubmissa do dramaturgo ao poder transcendente da revolta postulado por Albert Camus em obra homônima, L’homme révolté. A obsessão pelos humilhados fez de Plínio Marcos um dos dramaturgos mais perseguidos durante a ditadura militar brasileira (1964–1985), tendo pelo menos 18 de suas peças censuradas, além de ter sido proibido de exercer atividade jornalística. A partir de um estudo de caso analisa-se o período histórico em que o dramaturgo atuou na cena teatral, evidenciando sua ação rebelde diante dos órgãos de censura. Cruzando essas informações analisa-se, ainda, as principais contribuições deste autor para o teatro, sobretudo nos temas relacionados à realidade brasileira investigados por seus textos, que fazem de sua obra dramatúrgica uma das mais combativas e atuais produzidas até hoje.

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Seção
Teatro Brasileiro