O jogo palimpsestuoso como poética criativa para a cena

  • Lisandro Marcos Pires Belloto Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Marta Isaacsson Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo

Este artigo reflete sobre a noção de palimpsesto proposto por Gerard
Genette aplicada aos processos de criação da cena teatral contemporânea. A
metáfora do pergaminho raspado que deixa marcas visíveis de anterioridade
e que define aspectos relacionais entre textos transborda e se estende para o
campo das diferentes linguagens artísticas que se agenciam entre si, partindo
de um mesmo ponto para a criação cênica. O conteúdo de uma linguagem
anterior sendo evocada no conteúdo da linguagem seguinte e assim por
diante.
O palimpsesto se dá pela prática de autotransformação das
referências. Logo, a metodologia para a crição de um trabalho pode nascer
de materiais que se transformam na mão dos colaboradores artísticos, a
partir de um jogo onde as imagens se desdobram em palavras, em
paisagens sonoras, em corpo e representação. O jogo palimpsestuoso pode
construir uma diversidade de materiais para a cena, mapeando inúmeros
caminhos do qual o experimento descrito é uma mostra das possibilidades
criativas que pode advir da utilização dessa noção integrada aos processos
para a cena atual.

Referências

DE TORO, Fernando. Semiótica del teatro. Del texto a la puesta em

escena. Buenos Aires: Galerna, 2008.

GENETTE, Gerard. Palimpsestos. A literatura de segunda mão. Minas Gerais: ?, 2006

Seção
Processos de Criação e Expressão Cênicas