Subjetividade e políticas da cena

  • José Da Costa Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Resumo

O senso comum vê a subjetividade como o lugar dos afetos individuais e a
política como relativa às grandes organizações coletivas e sociais, tendo o
Estado como referência principal. A biopolítica (agenciamentos capilares de
poder no espaço da vida e do cotidiano), as escritas (construções) de si em
conexão com as relações de força e de saber (Foucault), ao lado da
micropolítica como processos de singularização (Guatarri) transformam
aqueles enquadramentos tradicionais do subjetivo e do político, que passam a
ser vistos como porosos. Transitando entre tais vias do pensamento
contemporâneo e os estudos teatrais, bem como entre crítica e teoria,
buscamos extrair de certas práticas criativas, não necessariamente
identificáveis como teatro de militância, os traços do teor político singular da
cena do presente. A comunicação pretende mostrar alguns dos
desdobramentos recentes da pesquisa em que, desde 2008, temos associado
o campo das teatralidades e o da micropolítica ou biopolítica, horizonte no qual
vários trabalhos (de iniciação científica e pós stricto senso), têm também sido
realizados, no projeto que coordenamos.

Referências

FOUCAULT, Michel. A hermenêutica do sujeito. Trad. Márcio Alves da

Fonseca, Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

FOUCAULT, Michel. Ética, sexualidade, política (Ditos e escritos; V).

Trad. Elisa Monteiro, Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense

Universitária, 2006.

GUATARRI, Felix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografias do desejo.

Petrópolis: Vozes, 2008.

ROLNIK, Suely. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. Porto Alegre: Sulina, Editora da UFRGS, 2007.

ROLNIK, Suely. Geopolítica da Cafetinagem. In: Ana Lúcia Pardo (Org).

A teatralidade do humano. São Paulo: Edições SESC SP, 2011.

Seção
Territórios e Fronteiras da Cena