Libertação da forma e transgressão do sentido: Uma aproximação entre as artes encenadas e o conceito de expressão de Theodor Adorno

  • Luciana Perdonsini Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Tassos Lycurgo Galvão Nunes Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Resumo

O presente artigo explora a ideia de expressão constante na teoria estética de
Theodor Adorno e seu objetivo é estabelecer uma aproximação entre o conceito
explorado e as artes encenadas. Segundo a teoria estética de Adorno, para que
possa tornar-se agente da libertação da coerção social a arte não pode ser
analisada a partir dos parâmetros instituídos pela teoria psicanalítica, cuja tendência
é classificar a atividade artística como agente de sublimação de impulsos contidos.
Tampouco deve submeter-se ao princípio de realidade concordando com a
representação verossímil do mundo externo. O papel da arte autônoma,
verdadeiramente liberta da ideologia na sociedade reificada, consiste em resistir ao
sistema de ideias dominante. A expressão é priorizada em detrimento da
comunicação tradicional. A arte é vista como uma possibilidade de cognição. A
libertação da forma leva à libertação do estado das coisas, assim como se
encontram organizadas. A arte cênica colabora com esse processo de libertação
proposto por Adorno quando, a partir das escolhas estéticas adotadas, nega a
submissão ao princípio de realidade e investe na transgressão do sentido.

Referências

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Seção
Territórios e Fronteiras da Cena