A Estética do Dissenso em Processos Coletivos

  • Biange Cabral

Resumo

Esta comunicação focaliza o papel do professor-artista (ator, dramaturgista,
encenador) na potencialização poética da diferença e das subjetividades em cena. Nesse contexto, apresenta e analisa enquadramentos e procedimentos que permitam dialogar com a imprevisibilidade do processo de criação cênica, dando suporte para a mobilidade da significação e para a materialização do que se convencionou como estética do dissenso. A dimensão estética da experiência como conhecimento é vista através das contraposições entre dissenso e consenso, entre identidade e singularidade,
representação e performatividade, textualidade (jogo com o texto) e intertextualidade
(jogo pela associação e/ou contraposição de textos). A contraposição, que explicita
diferenças na maneira de ser e ver o mundo e se reflete diretamente no ensino e
aprendizagem, requer problematização na prática de ensino. O jogo da interpretação, na perspectiva do texto e da atuação, é investigado como alternativa metodológica para conduzir a interação entre arte e política através do estar, fazer e mostrar
comportamentos humanos. O professor-artista dirige a ação, opera a estrutura e atua
como dramaturgista – sua presença no espaço e tempo da experiência, conduzindo o
jogo na zona limítrofe entre um contexto de significação e outro, sinaliza a
desfamiliarização com as situações emergentes, deslocamentos de tempo e espaço,
revisões, composições e disposições que permitiriam delinear as fronteiras entre
teatralidade e estética do dissenso. Esta investigação se insere no projeto de pesquisa “O Jogo da Interpretação – subjetividades em cena e criação em grupo”, em fase de
tramitação.

Referências

BLOOM, Harold. Shakespeare: A Invenção do Humano. Tradução José Roberto O’Shea. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.

CABRAL, Beatriz. “Signs of a Post-modern, yet Dialectic, Practice”, in Research in Drama Education, Vol.1, No 2, Journals Oxford Ltd, 1996, pp 215-220.

_______. “O Professor Dramaturg e o Drama na Pós-Modernidade”, in OuvirOUver (Ed. Narciso Telles). Uberlândia: EDUFU, 2008, pp 47-56.

GIROUX, Henri. Teoria Crítica e Resistência em Educação. Petrópolis, Vozes, 1986.

HELIODORA, Bárbara. A Expressão Dramática do Homem Político em

Shakespeare.Rio de janeiro: Paz e Terra, 1978.

O’NEILL, Cecily. Drama Worlds – a framework for process drama. Portsmouth,1995.

STUBBES, Philip. “The Anatomy of Abuses”, (in “The Puritan Attack upon the Stage”), in The Cambridge History of English and American Literature, Vol. VI, “he Drama to 1642, Part II”.

ADRIANO, C.: http://virtualbooks/freebook/CarlosAdriano/shakespeare/index.html.