O sentido e a forma na encenação poética da busca da identidade

  • Maria Cristina Brito
  • Maria Inês Galvão Souza

Resumo

A partir de fragmentos de poemas de Fernando Pessoa estruturamos uma
dramaturgia que tem o título de A moça que espera. O imaginário da
protagonista a conduz por um caminho que se desenha entre a sanidade e a
loucura, entre o real e o ficcional, onde tudo se estrutura com uma natureza
simbólica. Neste teatro do espaço onírico do inconsciente, onde se abole o
tempo histórico e o espaço objetivo, a subjetividade do personagem conduz a
encenação. Maria, a personagem, busca pelo afeto e pela memória a sua
identidade perdida. Nesta vivência o gesto adquire uma dimensão lírica e
expressiva de natureza afetiva e simbólica. O gesto fala dentro de um contexto
onírico onde o inconsciente tem o seu lugar de expressão na relação próxima
que poderíamos denominar simbiótica entre afetos e movimentos. Nesta
perspectiva, investigamos o gesto buscando o encontro entre o sentido e a
forma na construção de uma identidade perdida. A moça que espera é a
pesquisa de uma possível escritura cênica, através de signos que revelem os
meandros da subjetividade que se objetiva no espaço, num intercâmbio poético
entre sentido e forma.

Referências

ARTAUD, Antonin. O teatro e seu duplo. São Paulo: Max Limonad Editora.

BARROS, José D'Assunção. Os Tempos da História: do tempo mítico às

representações historiográficas do século XIX. Revista Crítica Histórica. Ano 1, n°2. Alagoas: UFAL, 2010. p. 180-208.

GIL, José. Movimento Total. São Paulo: Iluminuras, 2004.

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______________. Fernando Pessoa. Poesia.1902-1917. São Paulo: Editora

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