Preenchendo o Vão: Transformações na Dança Moderna (1940 – 1960)

  • Holly Cavrell

Resumo

Não é incomum uma nova geração cutucar ideias da geração anterior. Foi
este o caso na Dança Moderna, com uma alteração bastante clara, da
emoção à movimentação: a continuidade da Guerra Fria entre os Estados
Unidos e a URSS e um medo do socialismo e do comunismo deu a tudo um
ar sombrio, inclusive à Dança. Quando a dança passa a existir unicamente
pelo propósito de imitação de um modelo de sucesso ou criação de
movimento indistinto entre coreógrafos, este é um sinal de que o momento é
propício à mudança. O que era considerado moderno tornava-se uma forma
institucionalizada de arte, aparecendo como modelo para currículos escolares
e universitários, resultando em fórmulas codificadas que enrijeciam a
criatividade. Os artistas que buscavam controle e identidade dentro do
Movimento da Dança Moderna analisavam excessivamente seu trabalho, e,
de certa forma, contradiziam a própria essência das instâncias que o
movimento intencionara conquistar. O espírito de conquista e de romper as
regras foi substituído por um conformismo seguro. Imitando a arte, a dança
torna-se uma monotonia das semelhanças e a norma se torna uma prisão. Ao
observar este período é possível compará-lo com os artistas de hoje cuja
tendência a seguramente imitar os modelos e ter menos riscos no trabalho é
relativo ao medo de não ser empregado.

Referências

Dance Perspectives. New York: Dance Perspectives Foundation. 34, Summer

Dance Perspectives. New York: Dance Perspectives Foundation. 48,Winter

JOWITT, D. Time and the Dancing Image. Berkeley: University of California

Press, 1988.

MORRIS, G. A Game for Dancers: Performing modernism in the postwar

years, 1945- 1960. Middletown, Wesleyan University Press, 2006.

Seção
Pesquisa em Dança no Brasil: Processos e Investigações