Fenômenos identitários e suas relações com a produção coreográfica atual

  • Mônica Fagundes Dantas

Resumo

A tendência à globalização provoca um descentramento das identidades culturais,
perturbando os processos identitários mais ou menos estáveis da
modernidade. À medida em que a vida social torna-se mais arbitrada pelo
mercado global dos estilos, das imagens, pelos fenômenos de imigração, as
identidades se descolam de tempos, lugares e tradições específicas e parecem
flutuar livremente. As pessoas podem escolher entre uma gama de identidades
diferentes, que não se excluem e que podem ser encarnadas ou
desencarnadas segundo suas necessidades. Partindo desses pressupostos, a
presente comunicação tem por objetivo refletir sobre fenômenos identitários na
contemporaneidade, relacionando-os ao corpo e à dança, com o intuito de
elaborar referenciais que permitam avançar na análise de obras coreográficas
que se propõem a desestabilizar representações sociais de corpo, de cultura,
de gênero, de pertencimento. Como as experiências de desterritorialização, de
deslocação, de descentramento marcam os corpos e suas formas de
expressão? Como a produção coreográfica contemporânea dialoga com esses
fenômenos? Foram escolhidas, para um primeiro exercício de análise, as
seguintes obras de coreógrafos brasileiros: O samba do crioulo doido (Luiz de
Abreu, 2004); Tempostepegoquedelícia (Eduardo Severino Companhia de
Dança, 2011); In-organic (Marcela Levi, 2007).

Referências

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Seção
Pesquisa em Dança no Brasil: Processos e Investigações