A dança em Partida: experimentações hápticas do tempo

  • Rosa Primo

Resumo

O texto aqui apresentado tem como propósito discutir o tempo e a
corporeidade dançante a partir do trabalho de videodança Partida, de autoria
coreográfica de Ernesto Gadelha com o realizador em audiovisual Alexandre
Veras. A dança instala-se diretamente no tempo e Partida parece nos levar a
uma compreensão imediata do tempo através do corpo do bailarino, que tem
em sua movimentação uma certa dimensão paradoxal da imagem, cujas
dobras nos levam a uma realidade que se faz através daquela que se desfaz.
O tempo decorre. Partida parece conter um estado passado que se cobre e
se recobre sempre num presente redescoberto – tateia-se o tempo: estendese
num presente que é sensação e movimento ao mesmo tempo.

Referências

COSTA, Alexandre Veras. Kino-coreografias – entre o vídeo e a dança. In

CALDAS, Paulo et al. (Org.). Dança em foco: ensaios contemporâneos de

videodança. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2012.

DELEUZE, G. & GUATTARI, F. Mil Platôs: vol 5. São Paulo: Ed 34, 1997.

GIL, José. A imagem-nua e as pequenas percepções: estética e

metafenomenologia. Lisboa: Relógio D’Água, 1996.

PELBART, Peter Pál. O tempo não-reconciliado. São Paulo: Perspectiva,

Seção
Pesquisa em Dança no Brasil: Processos e Investigações