A radioatriz Celina Ferreira, herança do teatro de revista aplicada na rádio

Resumo

Celdiva Angelim Oliveira é o nome de batismo da atriz baiana Celina Ferreira,
cuja carreira é o objeto de estudo de doutorado da autora deste resumo.
Nascida em 1902, Celina sai de sua cidade natal, Senhor do Bonfim, no interior
da Bahia em 1922. Celina casa-se com o artista Ferreira da Silva, comediante
de tipos populares, que atuava em companhias itinerantes que viajam pelo
interior e capitais do Nordeste, especialmente a “Companhia Regional”, cujo
repertório era feito principalmente de espetáculos de teatro de revista. A
primeira “escola” de Celina Ferreira foi este teatro de revista que viajava entre
as décadas de 20 e 30 do século XX, a partir do qual ela passou a ser também
citada por suas atuações. Ferreira da Silva falece em 1935 e Celina dá
seguimento à sua carreira, dividida aqui, para fins analíticos, a partir dos
seguintes arranjos artístico-produtivos: a) teatro de revista; b) teatro amador; c)
circo-teatro; d) teatro na rádio. Neste trabalho, pretende-se compreender a
inserção de Celina no universo da rádio baiana a partir de suas participações
em programas das rádios Excelsior e Sociedade. “A Família Pacatinho” (1952)
— uma radionovela da Rádio Excelsior no formato de episódios — é o mais
antigo deles. Nele, Celina faz uma velha surda chamada D. Finoca. Atua ainda
nos programas, “Romances Musicaes”, “Quando Vovó tinha 20 anos”, “Rádio
Caleidoscópio”, “A Cidade se Diverte”, “Bahia de Ontem e de Hoje”, “Roteiro da
Alegria” e “Salão Grenat”. Celina recebe, entre outros, o prêmio de melhor
radioatriz do ano, por dois anos consecutivos: em 1959, concedido pela Revista
Única; e em 1960, pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de
Radiodifusão do Município de Salvador. Aqui, estudar-se-á o que a experiência
do teatro e no teatro trouxe para a carreira de Celina Ferreira no universo
radiofônico.