Música e a Ilusão Representativa

  • Lenine Vasconcellos Oliveira
  • Ana Maria de Bulhões-Carvalho

Resumo

No entendimento pós-dramático de teatro, toda realização, mesmo estando
dissociada da criação de uma ilusão representativa, ganha potência cênica. Ao
perceber o ato do músico presente na cena teatral, a tensão existente e explícita
entre realização e representação permite uma abordagem conceitual em que se
atribua um caráter essencialmente cênico à qualidade de presença experimentada
pelo músico ao produzir música. O músico ao exercer o seu ofício na cena, produz
uma arte incapaz, devido à sua natureza concreta, de representar algo. Será o
entendimento da arte teatral para além da representação que contemplará,
inclusive na assunção por parte da percepção do espectador, a presença do
músico como cênica, abordando também a música como arte siamesa das demais
artes cênicas, incluída no mesmo conjunto do teatro, da dança e da performance.

Referências

BARBA, Eugênio. Queimar a casa: origens de um diretor. São Paulo:

Perspectiva, 2010.

FLASZEN, Ludwik; POLLASTRELLI, Carla (curadoria). O Teatro Laboratório de Jerzy Grotowski 1959 – 1969. São Paulo: Perspectiva, 2010.

JARDIM, Antônio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005.

LEHMANN, Hans-Thies. Teatro pós-dramático. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

SCHAFER, R. Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Edusp, 2000.