Estado de Brincadeira: um Mar para se Mergulhar

  • Flávia Cristiana da Silva
  • Érico José Souza de Oliveira

Resumo

Este artigo se propõe a refletir sobre a possível relação entre o estado do
brincador do Cavalo Marinho (manifestação popular da Zona da Mata Norte de
Pernambuco) e o estado cênico do ator de teatro. No momento da brincadeira
do Cavalo Marinho, o brincador não representa, ele se apresenta num estado
de alerta, de precisão, numa ampliação de todo o corpo, deixando-se
contaminar, dialogar e viver o momento presente, através da experiência real e
ao mesmo tempo ficcional. Neste sentido, busca-se o ator no estado de
experimentação, de fluidez, com o corpo atento a si, ao outro e ao meio. A
intenção é pensar em elementos que possam colaborar para uma prática, que
transite ou dialogue entre esses dois universos, suscitando um possível
caminho a ser aprofundado e ampliado a partir de novas questões levantadas.
Esta pesquisa faz parte do mestrado em Artes Cênicas, realizado na UFBA e
discute elementos que compõem esse estado de brincadeira.

Referências

BURNIER, Luís Otávio. A arte de ator: da técnica à representação. 2ª edição. São Paulo: Ed. da UNICAMP, 2009.

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Anais do III Congresso de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas

(Memória ABRACE VII), Florianópolis, 2003.

OLIVEIRA, Érico José Souza de. A roda do mundo gira: um olhar sobre o

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