O caráter universal das personagens em Dostoiévski

  • Andreia A. Pantano

Resumo

Este trabalho tem por objetivo analisar como o escritor russo Dostoiévski abusa da liberdade
e da universalidade ao construir suas personagens em Memórias do Subsolo (1864) e
Bobók (1873). A personagem em Dostoiévski tem em si certa independência em relação ao
criador, no entanto, como lembra Bakhtin, isto não significa que ela escapa do plano do
autor. Nossa intenção é destacar como ao compor suas personagens especificamente
nessas obras, Dostoiévski o fez de forma inovadora no cenário europeu do século XIX, uma
vez que suas personagens não são totalmente descritas, não estão fechadas, pois o seu
herói é aquele que está construindo seu diálogo. Embora esta pesquisa ainda esteja em
desenvolvimento é possível dizer que o caráter aberto da personalidade de suas
personagens, revela que este homem está por fazer-se.

Referências

BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoiévski. Trad. Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Ed.: Forense-Universitária, 1981.

BEZERRA, P. No reino da menipéia e do fantástico. In: DOSTOIÉVSKI. F. M. Bobók. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2005, p. 109 – 163.

DOSTOIÉVSKI. F. M. Crime e Castigo. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2001.

________Memórias do Subsolo. Trad. Boris Schnaiderman. São Paulo: Editora 34, 2000.

________O Idiota. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2002.

________Bobók. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 34, 2005.

________O sonho de um homem ridículo. São Paulo: Editora 34, 2003.

________Os Irmãos Karamázov Trad. Natália Nunes e Oscar Mendes. Rio de Janeiro: Abril Cultural, 1971.

_______ Os Demônios. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo. Editora 34,2004.

SCHNAIDERMAN, B. Prefácio. In: DOSTOIÉVSKI. F. M. Memórias do Subsolo. Trad. Boris Schnaiderman. São Paulo: Editora 34, 2000, p. 7 – 12.

Seção
Dramaturgia, Tradição e Contemporaneidade