FEDRA: A TRAGÉDIA REINVENTADA DE SARAH KANE NA PÓSMODERNIDADE

  • José Manuel Lázaro

Resumo

Considerada como uma das mais importantes dramaturgas do final do século
XX, Sarah Kane (1971 – 1999) trouxe importantes propostas de renovação para a
linguagem dramaturgica da contemporaneidade. Nesse artigo vamos analisar,
específicamente, os diferentes elementos poéticos na estrutura da peça O amor de
Fedra (Phaedra’s Love, 1996).
Nessa obra há uma afinidade com a tragédia clássica e uma recreação simbólica sobre o mito de Fedra. Kane propõe um novo tipo de apropriação intertextual com o texto de Sêneca, Racine e o mito da personagem. Sublinha a idéia de que os conflitos são os mesmos, mudando só o contexto. Kane é bastante explícita quando relaciona a opressão particular das personagens com a opressão social que prevalece no contexto contemporâneo. Essa proposta dramática também segue os rumos do intertextual e do híbrido teatral, como tantos outros dramaturgos da pós-modernidade.

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Seção
Dramaturgia, Tradição e Contemporaneidade