Terreiros de Resistência: um olhar fotográfico sobre Exu e o Rio de Janeiro contemporâneo

  • Américo Venceslau Freire Júnior
  • Bruno Leonardo Gomes Morais
  • Leonardo Melo Pereira de Oliveira

Resumo

As paisagens das grandes cidades na contemporaneidade vêm sofrendo o que Bauman
denomina mixofobia - a busca por espaços uniformes, cleans, frequentados somente por pessoas de semelhante nível econômico e social. Simbolicamente, verificamos o mesmo traço no que se refere às religiões afro-brasileiras. O Exu quimbandeiro no Candomblé e na Umbanda configuramse como uma figura de resistência e desestrutura as relações de poder nos terreiros. Camelôs, menores de rua, mendigos, prostitutas, cortiços e ocupações cumprem uma função semelhante nas cidades, assim como reordenam a energia social, também revelam ações de resistência. Esta pesquisa explora, através da arte da fotografia e seu potencial performático, essas relações.

Referências

BENJAMIM, Walter. Magia e Técnica, Arte e Política – Obras Escolhidas. São Paulo, Editora Brasiliense, 1994.

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RIO, João do. As Religiões no Rio. Rio de Janeiro, José Olympio, 2006.

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ZYGMUNT, Bauman. Confiança e Medo na Cidade. Rio de Janeiro, Zahar, 2009.

Seção
Territórios e Fronteiras da Cena