Corpo Limiar e Encruzilhadas: a dança no contexto da cultura negra
Resumo
O corpo limiar que transborda a cotidianidade, ocupa um lugar na encruzilhada,onde identificações corporais de matriz africana, elaboradas no processo histórico da
formação cultural brasileira, são atualizadas e recriadas. Trata-se de um corpo munido de
uma potência de expressividade e de símbolos relevantes para serem abordados no âmbito
da cena contemporânea, pois além de representar parte significativa da pluralidade que tece a cultura brasileira, afirma identidade e é a própria possibilidade de criação de novas
encruzilhadas. Partindo desses pressupostos o artigo “Corpo Limiar e Encruzilhadas – a
dança no contexto da cultura negra” é uma proposta de reflexão “imagética” da relação entre a dança moderna e popular na cultura negra brasileira, apontando questões que aproximam e distinguem a chamada Dança Afro das Danças Populares Brasileiras, localizando-as entre a encruzilhada e as novas encruzilhadas.
Referências
CARNEIRO, Edison. Samba de Umbigada. Rio de Janeiro. Ministério da Educação e Cultura: 1961.
CARLSON, M. Performance Critical Introduction. London and New York: Routtedge, 1996.
DIAS, Paulo. A outra festa negra. In Jancsó, István e Kantor, Íris (org). São Paulo: Huicite, Edusp, Fapesp, Imprensa Oficial, 2001.
DAWSEY. John C. Victor Turner e antropologia da experiência. Cadernos de Campo. Revista dos alunos de Pós-graduação em Antropologia Social da Usp. N. 13, Ano 14 – 2005.
______. Turner, Benjamin e Antropologia da Performance: O lugar olhado (e ouvido) das coisas. Cadernos de Campo. Revista dos alunos de Pós-graduação em Antropologia Social da Usp. N. 13, Ano 14 – 2005.
FERRACINI, Renato. Café com Queijo: Corpos em Criação. Campinas, SP: [s.n] 2004.
FOUCAULT, Michael. Microfísica do Poder. Trad. Roberto Machado. São Paulo : Edições Graal, 1979.
_______. Vigiar e Punir. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis : Editora Vozes, 1987.
HUIZINGA, J. Homo Ludens. São Paulo: ed. Perspectiva, 2000.
LE BRETON, David. A sociologia do corpo, tradução Sônia M. S. Fhurmann. Petrópolis/RJ: Vozes, 2007.
LOPES, Ney. Bantos, malês e Identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
MAUSS, M. “As Técnicas Corporais”. In Sociologia e Antropologia. São Paulo: OLIVEIRA, Eduardo David. Filosofia da ancestralidade: corpo de mito na filosofia da educação brasileira. Curitiba: Editora Gráfica Popular, 2007.
RABETTI, Betti. “Memória e culturas do ‘popular’ no teatro: o típico e as técnicas”. O PERCEVEJO - revista de teatro, critica e estética. N. 8. Rio de Janeiro: UNRIO, 2000.
SCHECHNER . O que é Performance in O Percevejo, trad. Dandara , RJ, UNIRIO, ano 11, número 12, 2003.
SCHECHNER, Richard. Between Theater and Anthropology Philadelphia : University of Pensylvania Press, 1985.
SCHECHNER, Richard. Performance Studies, an introduction. London and New York: Routledge, 2002.
SILVA, Renata de Lima. Mandinga da Rua: a construção do corpo cênico a partir de elementos da cultura popular urbada. Dissertação de Mestrado. Instituto de Artes, Unicamp: [s.d.] 2004.
______. Corpo Limiar e Encruzilhadas: a capoeira angola e os sambas de umbigada no processo de criação em dança brasileira contemporânea. Tese de doutoramento. Instituto de Artes, Unicamp: [s.d.] 2010.
SODRÉ, Muniz. A verdade seduzida – por um conceito de cultura no Brasil. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
TURNER, Victor W. O Processo Ritual. Petrópolis: Ed. Vozes, 1974.