"É Cultura?!”: Reflexões sobre dança e as ideologias da arte hiper-moderna

  • Juliana Moraes

Resumo

A partir da experiência de dançar seu solo Querida Sra. M., em meio a gritos de
adolescentes no CEU Cidade Dutra em 2004, a autora reflete sobre discursos de
sustentação da arte contemporânea e propõe que o espectador ainda é visto com
desconfiança de duas maneiras: como sujeito-culto, portador do gosto aristocráticoelitista;
e como sujeito-inculto, portador do gosto duvidoso da indústria do
entretenimento. A sensação de desmonte efetuada no seu corpo faz a autora refletir
sobre o lastro histórico/ideológico da arte hiper-moderna que teria nas vanguardas
européias (início do século XX) e na contracultura americana (anos 60/70) exemplos
de “discursos democráticos para a arte metamorfoseados em condutas morais”, e
reflete sobre a força dessas idéias na periferia do mundo, como o Brasil.

Referências

BENJAMIN, Walter. “A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução”. In Os Pensadores. vol. XLVIII. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

BASBAUM, Ricardo. “X: Percursos para alguém além de equações”. In Caderno Videobrasil 1: Performance. São Paulo: Sesc, 2005

GROYS, Boris. Art Power. Cambridge, Massachusetts and London, England: MIT Press, 2008.

CARTER, Alexandra and O'Shea, Janet. The Routledge Dance Studies Reader. London and New York: Routledge, 1998.

FOUCAULT, Michel. The Archeology of Knowledge. New York: Routledge, 2002

FOUCAULT, Michel. The Order of Things. New York: Routledge, 2001

KAPROW, Allan. “Untitled Essay and Other Works (1967)” In Ubu Classics, www.ubu.com, 2004

KAPROW, Allan. “A educação do A-Artista (1969)” In Malasartes, nº 3. Rio de Janeiro, 1976.

LEPECKI, André. Exhausting Dance: Performance and the Politics of Movement. New York and London: Routledge, 2006

MARTIN, Randy. Critical Moves: Dance Studies in Theory and Politics. Durhan & Londres: Duke University Press, 1998.

Seção
Pesquisa em Dança no Brasil: Processos e Investigações