A performance relacional e a segunda pessoa

  • Margarida Gandara Rauen

Resumo

Nicolas Bourriaud, no livro A Estética Relacional, afirma que a co-existência é o
critério-chave da arte relacional e duas perguntas informam a sua análise: “Esse trabalho me permite entrar em diálogo com ele? Eu poderia existir, e como, no espaço por ele definido?”(Bourriaud, 2002, p. 109). Ao expandir essas questões, considero tipos e graus de
participação em primeira, segunda e terceira pessoas, examinando de que modo prevalece a segunda pessoa quando há interação direta com o público. Com a análise de dinâmicas de participação, abro perspectivas também para discutir tipos de tempo na performance (versátil e livremente utilizado; uniforme e coletivo), em processos criativos focados na multiplicidade e na manifestação do querer ver diferente.

Referências

BARROS, Fernando. “Polêmica: Artista deixa cachorro morrer em sua obra” Por Fernando Barros 13/03/2008 às 14:04 . Disponível em

[http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2008/03/414372.shtml]

BOURRIAUD, Nicolas. Estética Relacional. Trad. Denise Bottmann. Martins, 2009.

BRIEGLEB, Till. Thirza Bruncken. Disponível em

http://www.goethe.de/kue/the/reg/reg/ag/bru/por/ptindex.htm

CONNERTON, Paul. How Societies Remember. Cambridge: Cambridge UP, 1989, rpt. 2007.

DERRIDA, Jacques. Acts of Literature. Ed. Derek Attridge. New York e Londres: Routledge, 1992.

FIORATTI, Gustavo. Em defesa de urubus, dois se algemam na Bienal. Folha de S. Paulo, 3/10/2010, p. A12.

KON, Noemi. Freud e seu duplo: reflexões entre psicanálise e arte. São Paulo: EDUSP/Fapesp, 1996.

NEWKIRK, Ingrid E. Bienal de São Paulo, chega de rapinar aves. Folha de S. Paulo, 8/10/2010, p. A3.

RAUEN, Margarida G./Margie (organizadora). A Interatividade, o controle da cena e o público como agente compositor. Salvador: EDUFBA, 2009.

RIVERA, Tânia. O sujeito na psicanálise e na arte contemporânea. IN PSIC. CLIN., Rio de Janeiro, Vol.19, N.1, P.13 – 24, 2007.

VAZ, Juliana. Bienal tem obras feitas de carne e osso. Folha de S. Paulo, 3/10/2010, p. E8.

Seção
Territórios e Fronteiras da Cena