A escrita como devir: a experiência com os meios eletrônicos na poética de Samuel Beckett

  • Michelle Nicié

Resumo

Partindo-se da ideia deleuziana do devir, o processo da escrita da tese é lido como
uma série de percursos-pulsações atravessados por idas e vindas, encontros e
desencontros, construções e desconstruções. Para Deleuze, desejar é passar por devires.
Não que seja necessário abandonar o que se é para devir outra coisa. E, no entanto, outras
formas de viver e de sentir vem assombrar a nossa, fazendo-a “fugir” (deslocar-se). O tema do estudo nasce do desejo de discutir a inserção das mídias na cena contemporânea e
desloca-se para o interior da poética de Samuel Beckett e sua experimentação com os
meios eletrônicos (fundamentalmente, cinema e televisão). O olho implacável, a televisão, é o olho beckettiano em seu desejo de redução e delimitação do espaço, do visual e da
linguagem.

Referências

BORGES, Gabriela. A Poética televisual de Samuel Beckett. São Paulo: Annablume, 2009.

KNOWLSON, James. Beckett. Traduit de l’anglais par Oristelle Bonis, Paris, Actes Sud, 1999.

LEWIS, Jim. “Beckett et la caméra”. Revue d’esthétique, Toulouse, Privat, 1986.

SCHNEIDER, Alan. “On directing Samuel Beckett’s Film”. UbuWeb.

http://www.ubu.com/papers/beckett_schneider.html. Hastings-on-Hudson, New York, February, 1969, consultado em junho de 2010.

ZOURABICHVILI, François. O Vocabulário de Deleuze. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2004.

Seção
Territórios e Fronteiras da Cena