A Condição clownesca em Beckett: Potência e desamparo

  • Priscila Genara Padilha

Resumo

Aqui, busco em Deleuze, Spinoza, Lecoq e Sartre, motivos para pensar minha
prática no teatro. Proponho-me, então, a pensar o espetáculo que estou montando dentro de conceitos cunhados pelos filósofos acima citados. Meu trabalho de mestrado trata da
montagem de um espetáculo solo clownesco potencializado pelo texto de Beckett Canção
de ninar. Descobri por Deleuze, as paixões de Spinoza, que afetam os corpos e aumentam
ou diminuem sua potência de agir e de ser afetado. Mas, como trabalho com o clown, penso que ele é constituído de uma forte característica que me leva até o existencialismo
sartreano: o desamparo. Tentarei, ao longo do texto, cotejar a figura do clown e o absurdo
de Beckett com a potência de Spinoza e Deleuze e o desamparo de Sartre e Lecoq.

Referências

CAMUS, Albert. O Mito de Sísifo. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1989.

DELEUZE, Gilles. Spinoza et Le problem de la expression. Paris: Les Éditions de Minuit, 1968. Capitulo XVII Noções comuns.

____. Spinoza- Cours Vincennes. Paris, 24 de jan.1978. Aula ministrada por Gilles Deleuze. Tradução de Francisco Traverso Fuchs.

____. Espinoza: filosofia prática. São Paulo: Escuta, 2002.

ESSLIN, Martin. O Teatro do Absurdo. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1968.

LECOQ, Jacques. El cuerpo poético. Barcelona: Alba, 2007.

SARTRE, Jean Paul. O existencialismo é um humanismo. In: Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

Seção
Territórios e Fronteiras da Cena