Fragmento e morte no tempo cênico

  • Rosalice Koenow Pinheiro

Resumo

Considera-se a possibilidade de que a escritura cênica de fragmentos atua hoje no
teatro como experimento de novas concepções temporais no enfrentamento que trava com a concepção do tempo contínuo e homogêneo, suporte do dramático. Com o objetivo de
circunscrever um campo de discussão sobre essas relações, o drama barroco, na peculiar
organização temporal dos fragmentos e em suas alegorias, expõe-se como um passado
aberto e fonte de reflexões. Entre estas encontra-se o profundo imbricamento de morte e
fragmento, poder e corpo, com uma região de indecisão ou indiscernibilidade entre regra e
anomia. Textos críticos de Walter Benjamin, Michel Foucault e Giorgio Agamben, ao lado dos estudos teatrais fornecem suporte teórico às questões enunciadas.

Referências

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Seção
Territórios e Fronteiras da Cena