Dança, Criação e Memória: Uma Perspectiva Nietzschiana

  • Tainá Soares de Albuquerque

Resumo

Compreendendo a dança de salão como uma manifestação artística e social e definindo-a
como um espaço de interação cênica, analizaremos dois bailes distintos, considerando-os a
partir de seus ethos artísticos, o apolíneo e o dionisíaco. Para isto utilizaremos os conceitos
de Nietzsche (1889), onde o autor considera a arte como forma privilegiada de interpretar a
realidade, como forma mais profunda de desvendar o devir. O objetivo então é investigar
que contribuições a dança agrega para uma memória criadora e ativa, pois entendemos que
a memória é uma criação do corpo. Entendendo que assim como a arte, a memória
desenvolve-se no âmbito social, a pesquisa porpõe-se a investigar em que fronteira tênue
entre memória e esquecimento encontra-se o momento da criação.

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Seção
Territórios e Fronteiras da Cena