Do caso Segismundo ao caso Schreber ou da desconstrução de corpos paranoicos e torturados como parte da encenação de um teatro da memória
Resumo
A partir de diferentes leituras do caso Schreber e visando à apresentação cênica detécnicas de desconstrução das imagens e das ideias que elas suscitam, com inspiração em
Derrida e em Foucault, dou prosseguimento às pesquisas sobre corpos humanos paranoicos ou submetidos à dor e à tortura e suas possíveis linhas de fuga ou formas de salvação. Nesse sentido, apresenta-se o estudo dos rituais de passagem que ligam a possibilidade do perdão do filho Segismundo às atrocidades cometidas por Basílio, o pai tirano, em A Vida é Sonho, de Calderón, às soluções paranoicas das diversas formas de delírios presentes no caso Schreber: tornar-se mulher, entregar-se fisicamente ao prazer “soprado” por um Deus voluptuoso, ser capaz de dizer, enfim, um não categórico à interdição imposta pelo pai Moritz.
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