Ação e alteridade como princípios para a criação da personagem

  • Célida Salume Mendonça

Resumo

Este texto dialoga com uma nova noção de criação da personagem reconhecida
em diferentes processos criativos. Os procedimentos se adequam tanto ao trabalho
desenvolvido em grupos teatrais quanto ao ensino de teatro na sala de aula ou espaços
não formais. A ação é o indicador mais preciso da personagem e a relação de alteridade,
sua mola propulsora. Transcendendo a construção psicológica e a noção tradicional de
representação, a criação da personagem é proposta a partir de um processo cumulativo e
dialético com a materialidade oferecida e o jogo com o outro. O ato criativo desse novo
atuante afasta-se cada vez mais de modelos pré-estabelecidos de interpretação. As
reflexões se amparam em Emmanuel Lévinas, Peter Brook, Jean-Pierre Ryngaert e Matteo
Bonfitto.

Referências

BONFITTO, Matteo. A cinética do invisível: processos de atuação no teatro de Peter Brook. São Paulo: Perspectiva: FAPESP, 2009.

BROOK, Peter. A porta aberta: reflexões sobre a interpretação e o teatro. Trad. Antonio Mercado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.

FALEIRO, José Ronaldo. Léon Chancerel & o Teatro como “serviço dramático”. DAPesquisa, v. 3, 2008.

LÉVINAS, Emmanuel. Entre nós: ensaios sobre a alteridade. Trad. Pergentino Stefano Pivatto (coord.). Petrópolis: Editora Vozes, 2005.

RYNGAERT, Jean-Pierre. Jogar, representar: práticas dramáticas e formação. Tradução: Cássia Raquel da Silveira. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

Seção
Pedagogia do Teatro e Teatro na Educação