Passeio cantante para Pedro: do território geográfico e imaginário a uma dramaturgia para os largos, as ruas e as praças

  • Grácia Maria Navarro Universidade Estadual de Campinas

Resumo

Trata-se de uma ação cênica realizada pelo Grupo Pindorama que labora o conceito de terreiro enquanto espaço de reunião, na rua, evocando um território imaginário a partir dos indícios do território da própria cidade e de ações cênicas. Território comum de transindividualidade, no qual a ação artística contribui para o espessamento do território coletivo, em oposição a posicionar o foco sobre si. Esta dramaturgia acolhe em sua base, a difusão de focos de ação, em oposição a protagonização dos focos das ações pelos artistas, onde espectadores e artistas sobrepõem os estados de atuação e expectação. Estruturada em um roteiro de ações, que toma a música como base da tecnologia de agregação, promove experiências sequenciadas na lógica da corporeidade e da alegria, enquanto estados transindividuais, que possibilitam a atualização de um estado coletivo de fruição do território ordinário da cidade. A reflexão sobre esta experiência toma como referência Jorge Dubatti, em O Teatro dos Mortos (2016), Milton Santos, em A Natureza do Espaço (2014) e Muniz Sodré, em O Terreiro e a Cidade (2002).

Biografia do Autor

Grácia Maria Navarro, Universidade Estadual de Campinas
Docento do Departamento de Artes Cênicas - Universidade Estadual de Campinas.

Referências

DUBATTI, Jorge. Teatro dos mortos. São Paulo: Edições SESC, 2016.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2014.

SODRÉ, Muniz. O terreiro e a cidade: a forma social negro-brasileira. Rio de Janeiro: Editora Imago, 2002.

SODRÉ, Muniz. O espaço da África no Brasil. Nós Transatlânticos; Biblioteca audiovisual com foco voltado para o processo de construção social da cultura afrodescendente no Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8asUpAkFbu4. Acesso em: 2018.

Publicado
2019-05-08
Seção
Dramaturgia, Tradição e Contemporaneidade