Para além do Theatron: a recepção da performance pelo espectador com deficiência visual

  • Letícia Schwartz Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo

O artigo propõe uma reflexão acerca das vias de acesso ao espetáculo teatral por parte de espectadores com deficiência visual. Tomando por referência os pontos de orientação elencados por Fischer-Lichte como processos cênicos geradores de materialidade – a corporalidade, a espacialidade e a sonoridade -, busca-se dissolver a perspectiva visuocêntrica da recepção em favor de um leque de percepções que prescindem da visão para ativar associações, memórias e imaginação. O trabalho situa a audiodescrição como um recurso de acessibilidade comunicacional fundamental para a efetiva participação das pessoas com deficiência visual em eventos teatrais e avalia em que medida ela se faz necessária sem se tornar redundante ou supérflua.

Biografia do Autor

Letícia Schwartz, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Mestranda em Artes Cênicas pelo PPGAC/UFRGS, sob orientação do Prof. Dr. Clóvis Dias Massa.

Referências

BARTHES, Roland. A Escuta. In: O óbvio e o obtuso. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. p.217-229.

FISCHER-LICHTE, Erika. The performative generation of materiality. In: The Transformative Power of Performance: a new aesthetics. Tradução por Saskya Iris Jain. Londres e Nova Iorque: Routledge, 2008. Cap. 4, p. 75-137.

RANCIÈRE, Jacques. O Espectador Emancipado. Urdimento – Revista de Estudos em Artes Cênicas. v. 1, n. 15, out. 2010, p. 107-122.

Publicado
2019-05-14
Seção
Teorias do Espetáculo e da Recepção