As aproximações temáticas e conceituais entre a performance “Baby Dolls” e a ação “A Menina Morta e Nua”

  • Marcelo Eduardo Rocco Universidade Federal de Ouro Preto

Resumo

O presente trabalho fará uma análise comparativa entre a ação artística “Baby Dolls - Uma Exposição de Bonecas”, criada pelo “Obscena – Agrupamento Independente de Pesquisa Cênica”, de Belo Horizonte (MG) e a ação “A Menina Morta e Nua”, criada pelo grupo Transeuntes, em São João del- Rei (MG). Panoramicamente, a ação “Baby Dolls” (Agrupamento Obscena) e a ação “A Menina Morta e Nua” (Grupo Transeuntes) carregam semelhanças conceituais e temáticas. No que concerne à linguagem, “Baby Dolls” e “A Menina Morta e Nua” se apropriaram das noções de performatividade, buscando provocar diferentes sentidos no espectador transeunte a partir da materialidade do corpo do performer nas ruas, na tentativa de escapar dos olhares habituais do cotidiano de ambas as cidades. São ações que criaram alguns lugares próprios e efêmeros no fluxo urbano, interrompendo o trajeto dos passantes em espaços públicos, lugares que, essencialmente, não foram criados para a feitura teatral. Lugares que, em parte, são comumente tracejados para um destino: servir consumidores. Serão traçadas, então, algumas perspectivas acerca dos espaços específicos de cada ação, visando compará-los.  O caráter interativo das ações “Baby Dolls” e “A Menina Morta e Nua” propôs a captura dos olhares dos cidadãos que estão ao redor. A flexibilização temporal das ações supracitadas se relacionou diretamente com os espaços apresentados. Ambas as ações mostraram o desnudamento dos corpos dos performers sem qualquer demarcação habitual palco-plateia, diluindo fronteiras entre a feitura e o público.

Biografia do Autor

Marcelo Eduardo Rocco, Universidade Federal de Ouro Preto

Professor Adjunto II da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); Doutor e Mestre em Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais. Graduado em Direção Teatral e Licenciatura em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Ouro Preto. 

Referências

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Publicado
2019-05-08
Seção
Artes Cênicas na Rua