O teatro do TESC: poéticas e perspectivas em cena

Resumo

Este artigo visa discutir a produção teatral realizada pelo TESC – Teatro Experimental do Serviço Social do Comércio – AM, de 1968 a 2016, sediado em Manaus e subsidiado pela instituição Serviço Social do Comércio do Amazonas. A produção do grupo é analisada pela perspectiva da técnica, estética e política adotada, interseccionando essas dimensões para refletir criticamente seu legado. O TESC passou por distintas fases e neste estudo nomeamos três principais que se diferenciam pelas propostas executadas. A primeira associada ao diretor fundador do grupo Nielson Menão, cujo marco foi um período com tendências ao vanguardismo moderno; a segunda associada a Márcio Souza e sua visão crítica estabelecida com o grupo, e a terceira marcada pelo retorno após um hiato de 21 anos, com a continuidade de Márcio Souza na direção, até o término definitivo do grupo em 2016. De modo geral, o TESC trabalhou em uma linha crítica sobre os panoramas da região norte, exaltando os mitos indígenas, encenando dramaturgia própria e da literatura mundial. Este artigo pretende debater pontualmente as duas primeiras fases correspondentes cuja bibliografia substancial pontua a trajetória do TESC e da região norte. A bibliografia geral conversa com autores que analisam o teatro brasileiro. A metodologia inclui pesquisa de campo in lócus, com levantamento teórico, documental e entrevistas com ex-integrantes e artistas da cidade de Manaus, para obtermos diferentes interpretações. O trabalho evoca um registro da trajetória do grupo a fim de alargar as pesquisas em artes cênicas, reforçando a região norte na história do teatro brasileiro.