Chão-parede, parede-chão: reflexões sobre dança e escalada no espetáculo “Sobre o que desaba e que não sei dizer”.

Resumo

Este trabalho busca refletir sobre a relação entre dança e escalada em rocha a partir da análise do espetáculo solo autoral de Cláudia Millás “Sobre o que desaba e que não sei dizer” apresentado em junho de 2018 no evento Sala Aberta da Universidade Federal de Uberlândia, como parte de suapesquisa de doutorado desenvolvida no Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Brinca-se com a perspectiva do olhar, alterando as noções espaciais: ora transforma o chão em parede, ora o inverso, a parede em chão. Utiliza-se de um treinamento desenvolvido pela autora, ao longo de suas pesquisa de mestrado e doutorado, denominado de dança acrobática, em que são acionadas técnicas corporais de inversão de eixo,  estudos de apoios ativos e trabalhos de tônus muscular e sustentação corporal para permanecer em posições não convencionais. A parede torna-se lugar de conforto, para caminhar, descansar, dançar e desenhar, enquanto o chão revela-se escorregadio, disforme e até mesmo perigoso, quando nos tira o apoio. Os espaços comuns de cada uma das atividades, a parede na escalada e o chão na dança, se confundem e se misturam num jogo espacial. Busca-se ampliar as possibilidades de criação em dança e investigar a trajetória da autora para entender o trabalho criado.

Biografia do Autor

Cláudia Regina Garcia Millás, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Artista e pesquisadora corporal, docente no Departamento de Artes Corporais da UFRJ, doutoranda no Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da UNIRIO, mestra em Artes pela UNICAMP e graduada em Dança (bacharel e licenciada) pela mesma Universidade.

Referências

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Publicado
2019-05-08
Seção
Cartografia de Pesquisas em Processo