Aldeia Mangue: revisitando contextos nas cri(ações) em dança
Resumo
O Projeto de Extensão Aldeia Mangue do Departamento de Dança da UFS foi criado no ano 2016, atuando até hoje, com objetivo de vivenciar em eixos de ações artísticas e educativas em contextos diversos do estado de Sergipe e região. Buscando a interlocução direta nos espaços das Culturas Populares e afro-ameríndio-brasileiras nordestinas, com a intenção de revelar as situações culturais, sociais, étnicas, ambientais e de construção de saberes que emergem dessas relações de trocas. As linhas percorridas de pesquisas e práticas pedagógicas têm sido pautadas nos estudos sobre corpos que dançam memórias do “Corpo e Ancestralidade” (SANTOS, 2006), nas práticas de criação em Dança a partir do “Jogo da Construção Poética” (MACHADO, 2007) e no ensino da "Complexidade dos saberes científicos e saberes da tradição" (ALMEIDA, 2010). O intento é potencializar e problematizar conscientemente as diversas instâncias construtoras de saberes e detentoras de poderes simbólicos e materiais que atingem os campos investigativos, buscando ampliar diálogos e desconstruir hierarquias opressoras na construção do conhecimento. Para tanto, o projeto trabalha com três estratégias pedagógicas: (i) o oferecimento semanal gratuito de oficinas ministradas pelas professoras proponentes e discentes do projeto, pautadas nos discursos de corpo, identidade, cultura popular, ameríndia e afro-brasileira, ressignificadas no fazer artístico e propositivo em Dança; (ii) vivências diretas aos locais nos contextos aqui ressaltados; (iii) e apresentações de trabalhos artísticos criados dentro das oficinas e das vivências como acontecimento e fruição estética para a comunidade em geral. Culminando num Projeto de Extensão onde a Aldeia de debate será território de proposições, partilhas e encontros, pautadas em métodos contra-hegemônicos de construção de conhecimentos, imersas no que os povos originários nos deixaram como herança estratégica de resistência, ressignificação e resiliência.
Referências
ALMEIDA, Maria da Conceição. Complexidade, saberes científicos, saberes
da tradição. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2010.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Superior. 2015.
FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES
PÚBLICAS BRASILEIAS. Indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão e a
flexibilização curricular: uma visão da extensão. Brasília: MEC/SESu; Porto Alegre: UFRGS, 2006 (Coleção Extensão Universitária).
FREIRE, Paulo. Extensão ou Comunicação? Rio de Janeiro: Editora Paz e
Terra, 1980.
MACHADO, Lara Rodrigues. O Jogo da Construção Poética: processo criativo em dança. 2007. Tese (Doutorado em Artes) – Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo.
PLANO NACIONAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. Fórum de Pró-Reitores
de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras e SESu/MEC. Brasil
/2001.
RODRIGUES, Bianca Bazzo. Crenças e quebranças de um corpo que dança: poéticas do benzimento na criação cênica. 2013. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas – Departamento de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal.
SANTOS, Inaicyra Falcão. Corpo e Ancestralidade: uma proposta pluricultural de dança arte-educação. São Paulo: Terceira Margem, 2006.
SILVA, Maria do Socorro. Extensão Universitária e Formação Profissional:
avaliação da experiência das Ciências Biológicas na Universidade Federal
de Pernambuco. Pernambuco: Estudos em Avaliação Educacional, v.17, n. 33, jan./abril. 2006.