Do cárcere à cena, do real ao ficcional em “Para Menores”.
Resumo
O texto observa como os saberes podem ser produzidos nos campos do pensamento e prática da criação da dança. Descreve cenas coreografadas a partir de experiências de afectos entre um corpo bailarina e os corpos de jovens encarcerados (as). Os relatos do processo, bem como o percurso de construção do espetáculo baseiam-se em experiências vividas no trabalho, como professora de dança, com adolescentes em conflito com a lei, do Sistema Socioeducativo de Cuiabá (CASE-MT). Um reconhecimento/estranhamento entre esses corpos, os quais passaram por processo de docilização e disciplinarização e as memórias dessas experiências foram dispositivos disparadores para a criação de “Para Menores”, um evento cênico híbrido performativo de dança teatro. Ressalta-se cenas que revelam o conflituoso papel da socioeducação, por meio de descrições e discussões sobre os comportamentos corporais na situação de cárcere. Em destaque, as questões do feminino, tendo como referência autores como Foucault, corpo dócil; Larrossa, experiência; Butler, gênero e Halbwachs, memória.
Palavras-chave: Dança; Experiência; Memória; Corpo.
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