Alteridade: um diálogo entre o maquiador e a comissão de frente do Auto do Círio

Resumo

Relato aqui meu processo criativo como maquiador da Comissão de Frente do Auto do Círio de 2016 e 2017, prática espetacular que acontece anualmente em Belém do Pará, em outubro no período do Círio de Nazaré. Parto de minha vivência como maquiador cênico e emprego uma metodologia de cunho etnográfico, inspirada nos preceitos da Etnocenologia, para pensar minha prática como exercício de “alteridade” (BIÃO, 2009), considerando que a maquiagem é elemento primordial para a atuação dos dançarinos participantes da Comissão de Frente. A maquiagem compõe o conjunto de elementos constituintes da cena no processo de “conversão semiótica” (LOUREIRO, 2007) da dominante mágico-religiosa em dominante estética na espetacularidade que é o Auto do Círio. O presente texto faz parte da minha pesquisa de mestrado em andamento que dialoga com os teóricos Santa Brigida (2014) e Verger (1997).

Biografia do Autor

Iam Nascimento Vasconcelos, Universidade Federal do Pará
Discente do Programa de Pós-Pograduação em Artes da UFPA.

Referências

BIÃO, Armindo Jorge de Carvalho. Etnocenologia e a cena baiana: textos reunidos. Prefácio Michel Maffesoli. Salvador: P&A Gráfica e Editora, 2009.

LOUREIRO, João de Jesus Paes. A conversão semiótica na arte e na cultura. Belém: Editora Universitária UFPA, 2007.

LOUREIRO, João de Jesus Paes. Cultura Amazônica – uma poética do imaginário. São Paulo: Escrituras Ed., 2001.

SANTA BRIGIDA, Miguel. O Auto do Círio: drama, fé e carnaval em Belém do Pará. Belém: Programa de Pós-Graduação em Artes/ICA/UFPA, 2014.

VERGER, Pierre Fatumbi. Lendas Africanas dos Orixás. Salvador: Ed. Corrupio, 1997.

Publicado
2019-05-08
Seção
Etnocenologia