Processos de encenação: a criação cênica na formação do artista-professor-pesquisador
Resumo
Neste estudo abordo como o componente curricular Processos de Encenação II, dentro do Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Regional do Cariri (URCA), contribui com a formação do artista-professor-pesquisador através da criação cênica. O texto apresenta como foi desenvolvido o referido componente durante o semestre 2017.2, período no qual fui professor do tal componente curricular. As aulas consistiram em estudos teóricos e experimentações práticas, com pesquisas e leituras sobre a linguagem da encenação teatral e encenadores de destaque nos séculos XX e XXI, servindo como referência para os estudantes construírem, individualmente, seu projeto de encenação, seguido de montagens cênicas apresentadas na XVI Mostra Didática. Para compreender os aspectos da formação do artista-professor-pesquisador nessa experiência, analiso os trabalhos de três alunos/encenadores: a encenação Dona Natureza, que refletiu a identidade estética que a aluna/encenadora desenvolveu em suas práticas artísticas dentro e fora da universidade; a encenação Musas, em que o processo de criação voltou-se para questões didáticas do ensino do teatro, com abordagens históricas sobre o teatro de revista no Brasil, enfatizando o contexto político e conceitual desse teatro; e a encenação Medusas, na qual o aluno/encenador pesquisou o trabalho do ator/atriz através de princípios técnicos do teatro físico. A análise é fundamentada nas teorias de Sônia Rangel (2015), no que diz respeito ao processo de criação artística, Narciso Telles (2012), sobre formação nos âmbitos artístico, científico e pedagógico em Artes Cênicas, e Célida Salume Mendonça (2013), tratando-se da formação do professor e o perfil do profissional licenciado em Teatro. Como conclusões, exponho como a estrutura desse tipo do componente curricular amplia a compreensão do campo de atuação do discente em Teatro e fortalece a rede de profissionais atuantes na área de ensino, pesquisa e produção teatral dentro e fora da Universidade Regional do Cariri.Referências
KOUDELA, Ingrid Dormien. Jogos Teatrais. 7 ed. São Paulo: Perspectiva, 2009.
MENDONÇA. Célida Salume. O fazer teatral em sala de aula: reflexões sobre a prática pedagógica. In: MARCEAU, Carole; CAJAÍBA, Cláudio (Orgs). Teatro na escola: reflexões sobre práticas atuais: Brasil-Quebéc. Salvador: Universidade Federal da Bahia, Escola de Teatro, Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas, 2013.
PAIVA, S.C. Viva o Rebolado! Vida e Morte do Teatro de Revista Brasieliro no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro/RJ: Nova Fronteira, 1991.
PROJETO Político Pedagógico da Licenciatura em Teatro/URCA. Versão revisada e atualizada em setembro de 2013. Juazeiro do Norte, CE: Universidade Regional do Cariri, 2011.
RANGEL, Sonia. Trajeto Criativo. Lauro de Freitas, BA: Solisluna Editora, 2015.
ROUBINE, Jean-Jacques. A linguagem da encenação teatral. 2ª ed – Rio de Janeiro/RJ: Jorge Zahar Ed., 1998.
SALLES, Cecília Almeida. Gesto inacabado: processo de criação artística. 6ª ed. São Paulo: Intermeios, 2013.
SILVA, Rosely dos Santos; ANDRADE, Iarê Lucas. Mulheres e Raízes: Narrativas das Meisinheiras no Sopé da Chapada do Araripe. In: III Seminário Nacional de História e Contemporaneidades. Brasil: autoritarismo, cultura política e direitos humanos. Universidade Regional do Cariri: Crato/CE, 2018.
TELLES, Narciso. Paragens de um artista-docente-pesquisador. In: TELLES, Narciso (Org). Pesquisa em Artes Cênicas. RJ: e-papers, 2012.