Axé em cena ou quando o artista cênico é a Rainha Nzinga!!

  • Jonas de Lima Sales Universidade de Brasília

Resumo

Na contemporaneidade faz-se importante acentuar nas produções artísticas-cênicas, formas e contextos que explanem as heranças históricas e estéticas advindas de terras africanas. Neste sentido, a discussão aqui apresentada busca refletir sobre os limiares que transitam entre ser/estar em cena. Para isso, será explorado o processo de elaboração estética e dramatúrgica do espetáculo Axé Nzinga. Esse trabalho que mostra uma narrativa corpórea, buscou dialogar com as expressividades de culturas afrodescendentes constituídas em solo brasileiro como maracatus, congadas, cocos e maculelês para uma construção de saberes no corpo. Assim, aborda-se a Corponegritude, conceito construído a partir de um processo cênico-pedagógico onde se tem como elemento fundamental, a formação do artista cênico ao apreender em seu corpo, saberes das culturas dos povos negros do nosso país.   Para isso, o termo Axé é a energia que emana no artista em cena. Essa energia suscita questionamentos sobre o estado de interpretação cênica, seus limites e extensões, personagem x intérprete, Corpo e estéticas do movimento.

Biografia do Autor

Jonas de Lima Sales, Universidade de Brasília
Professsor Adjundto do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília.

Referências

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SANTOS, Inaicyra Falcão dos. Corpo e ancestralidade, uma proposta pluricultural de dança, arte e educação. Salvador: EDUFBA, 2002.

Publicado
2019-05-09
Seção
O Afro nas Artes Cênicas: performances afro diaspóricas em uma perspectiva de decolonização