Jogos de atuação na peça Estamira – beira do mundo: cruzamentos entre fotografia, cinema, teatro e relato autobiográfico

Resumo

O trabalho Jogos de atuação na peça Estamira – beira do mundo: cruzamentos entre fotografia, cinema, teatro e relato autobiográfico centra-se na gênese da peça teatral Estamira – beira do mundo, dirigida por Beatriz Sayad, em específico, no trabalho da atriz Dani Barros. Os antecedentes da montagem estão fora do teatro e se relacionam com suportes diversos: o filme (som e imagem em movimento) e a foto (imagem estática). Dani Barros achou a personagem Estamira na tela do cinema, em um filme-documentário (Estamira), que por sua vez é o desdobramento de um ensaio fotográfico (Jardim Gramacho), ambos dirigidos por Marcos Prado. E de fato, a própria Estamira – personagem construída pelo filme e reconstruída pela peça – também era lugar de várias vozes, na medida em que sua fala era a fala de uma mulher que lidava com as oscilações da esquizofrenia. Além disso, a atriz também incluiu na dramaturgia da peça falas autobiográficas de sua vivência com a própria mãe, que também sofria de doença mental. Abordarei – a partir da peça e por meio dela – o trabalho do ator como um possível ir e vir entre instâncias, vozes, temporalidades, imagens e textualidades distintas.