Corpos cenográficos: caminhos da maquiagem cênica na contemporaneidade

  • Monica Ferreira Magalhães Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Resumo

Pretende-se traçar um panorama dos caminhos percorridos pela maquiagem  cênica nos tempos atuais, destacando-se a body painting. Parto da concepção contemporânea da arte, na qual a cenografia arrisca novas formas de pensar o espaço de intervenção artística. Para isso, investigo a maquiagem e a pintura corporal em companhias teatrais, encenadores e artistas da body painting atuantes do fim do século XX até os dias atuais: Théâtre du soleil (França), Ilotopie (França), Generik Vapeur (França), Teatro Malandro (Colombia/Suiça), Grupo Galpão (Minas Gerais, Brasil), e os encenadores Gabriel Vilela  (Brasil) e Robert Wilson (USA) e o bodypainter Johannes Stötter, que vem fazendo do processo da pintura em forma de apresentações públicas. Como define Pavis a maquiagem que se torna  “cenário ambulante” (1999, p.232), um corpo sob a pintura, que poderá estar recuado ou visível, deformado ou invertido, num tempo e num espaço  operado na dimensão do discurso em ato, ou seja, no aqui e agora. Desse modo, os enunciados pintados poderão colocar o corpo como contraponto e/ou reiteração em relação a cidade (Espaço/aqui). Assim,  a sensação ou ilusão de ótica de um corpo ausente, nas pinturas corporais, libera esse corpo dos sentidos sociais culturalmente arraigados sobre a pele, deixando-o livre para provocar novos sentidos e criar outros espaços.

Biografia do Autor

Monica Ferreira Magalhães, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Professor Associado do Departamento de Interpretação - Escola de Teatro - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

Referências

ALVES,Junia e Noe, Marcia. O palco e a rua: a trajetória do teatro do Grupo Galpão. Belo Horizonte: Puc Minas, 2006.

BARATA COMUNICAÇÃO. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=YjQCEomSoFY. 2013. Acesso em 17 de setembro de 2018.

BRANDÃO, Carlos Antonio Leite. Grupo Galpão: 15 anos de risco e rito. Belo Horizonte: Grupo Galpão, 1999.

COMPAGNIE ILOTOPIE. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=1xiHu57IqiQ. 2017. Acesso em 17 de setembro de 2018.

COUTANT, Philippe. Omar Porras & le Teatro Malandro. Nantes: Le Gran T Éditions Joca Seria, 2010.

BEM, Claudia de. A luz, o iluminador e o performer: uma experiência perceptiva. Dissertação de MEstrado. UFRGS.Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/105096, 2010. Acesso em 15 de abril de 2015.

DUSIGNE, Jean-François. Le Théâtre du Soleil: des traditions orientales à la modernité occidentale. Paris: SCéREn , 2003.

FERAL, Josette. Encontros com Ariane Mnouchkine: erguendo um monumento ao efêmero. São Paulo: Senac, 2010.

FERNANDES, Sílvia. Teatralidades Contemporâneas. São Paulo: Perspectiva, 2010.

FESTIVAL DE CURITIVA. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=b9aBYoGnInY. 2018. Acesso em 20 de novembro de 2018.

FONTANILLE, Jacques. Soma et Séma; figures du corps. Paris: Maisonneuve & Larose, 2004

GENERICK VAPEUR. Disponível em http://www.generikvapeur.com/bivouac.html. Acesso em 15 de setembro de 2018.

ILOTOPIE. Disponível em http://ilotopie.com/spectacles/spectacles-de-rue/les-gens-de-couleur/?lang=fr. Acesso em 15 de setembro de 2018.

LAURENT, Michele. Les atrides. Paris: Théâtre du soleil, 1992.

MAGALHÃES, Mona. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=w2LySX8FQLw. 2018. Acesso em 24 de novembro de 2018.

MAGALHÃES, Mona. Maquiagem e pintura corporal: uma análise semiótica. 2010. Tese (Doutorado em Letras). Niterói:UFF.

NETO, Dib Carneiro e AUDI, Rodrigo. Imaginai: o teatro de Gabriel Villela. São Paulo: Sesc, 2017.

PAVIS, Patrice. A análise dos espetáculos: teatro, mímica, dança, dança-teatro, cinema. 220 São Paulo: Perspectiva, 2003.

PAVIS, Patrice. Dicionário de teatro. São Paulo: Perspectiva, 1999.

PICON-VALLIN, Béatrice. 1964. Disponível em https://www.theatre-du-soleil.fr/a/ -Read / 1964-4149. 2014. Acesso em 15 de setembro de 2018.

PROST, Brigitte. Les Molière d'Omar Porras: in théâtre organique et festif. In: Omar Porras & le Teatro Malandro, por Philippe Coutant, 63-71. Nantes: Le Grand T éditions joca seria, 2010.

REDACȚIA SUBVERSIV. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=HafEcr6uMfs. 2016. Acesso em 20 de setembro de 2018.

SEACHANGEARTS. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=b1cqYD3eRTw. Acesso em 15 de setembro de 2018.

SPOLETO FESTIVAL DEI 2MONDI. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=4A_4IDu2qtU. 2008. Acesso em 18 de setembro de 2018.

STÖTTER, Johannes. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=AUNJY2lDOtM. 2018. Acesso em 25 de outubro de 2018.

STANISLAVSKI, Constantin. A construção da personagem. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986.

STRUB, Werner. Masques: pour un théâtre imaginaire. Lausanne: Pierre Marcel Favre, 1987.

Théâtre du Soleil. Disponível em: https://www.theatre-du-soleil.fr/fr/notre-theatre/les-spectacles/les-atrides-agamemnon-1990-3. Acesso em 1 de outubro de 2018.

Théâtre Hatier.Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=sz8Y3ZAK70k. Acesso em 17 de setembro de 2018.

V., Chaithra K. “Kathakali costumes study and analusis.” 2015. Disponível em:http://14.139.111.26/jspui/bitstream/1/219/1/Kathakali%20Costume%20Study%20and%20Analysis.pdf (acesso em 15/08/2018 de 2018 de 2018).

VIEIRA, Paulo. A arte do efêmero. In: FERAL, Josette. Encontros com Ariane Mnouchkine: erguendo um monumento ao efêmero. São Paulo: Senac, 2010.

VILLEGAS, Benjamin. Teatro Malandro et Omar Porras. Bogotá: Villegas Editores, 2007.

Publicado
2019-05-09
Seção
Poéticas Espaciais, Visuais e Sonoras