“Selfie”, cicatrizes no percurso do vazio

  • Elka Moura Victorino
  • Thereza Helena de Souza Lima
  • Maria Thereza de Oliveira Azevedo

Resumo

Este texto pretende esboçar algumas ideias que busquem uma relação entre os conceitos de “Corpo sem Órgãos”, de Deleuze e Guattari e “Antropofagia”, de Suely Rolnik, e ferramentas utilizadas no percurso de um processo criativo em dança contemporânea. A análise dos fragmentos do processo permite uma reflexão sobre a complexidade do fazer artístico. O recorte de um momento repleto de experiências perceptivas, de movimentos articulados pela improvisação, como também os modos de operar a criação, permitiram observar a reinvenção de um corpo dançante. Nesse contexto, a abordagem sobre o corpo dialoga com autores como José Gil e Christine Greiner. Para descrever esse processo, propomos um estudo teórico de uma prática baseada em três vivências: esvaziar o corpo, dançar com esse corpo em um espaço também vazio e alimentar-se do outro para a construção de células de movimentos. Os relatos baseiam-se em algumas experiências pessoais, vividas na residência artística do projeto “Leituras de Movimento” de 2014, em CuiabáMT, que fizeram parte do percurso criativo do espetáculo “Selfie” de dança contemporânea.

Referências

BUSAID, Ana Milena Navarro. Como fazer a dançaprópria? Repertório, Salvador, nº 18, p.144-149, 2012.1. Disponível em: http://www.portalseer.ufba.br/index.php/revteatro/article/viewFile/6412/4434.

COSTA, Gilcilene Dias. Ecos canibais: educação antropofágica e produção da diferença Revista do Difere - ISSN 2179 6505, v. 1, n. 1, jun/2011. Disponível em: http://www.artificios.ufpa.br/Artigos/D%20Gilcilene%203.pdf.

DANTAS, Mônica. Corpos em trânsito/corpos antropofágicos: criação coreográfica e construção de corpos dançantes em Marché aux Puces. In: NORA, S. (Org). Húmus 4. Caxias do Sul: Lorigraf, 2011.p.13-21. Disponível em: file:///C:/Users/asus/Downloads/35753-165564-1-PB%20(1).pdf.

FABIÃO, Eleonora. Programa Performativo: o corpo-em-experiência. Revista LUME, Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais, n.4, dez de 2013.

KATZ, Helena. Um, dois, três: a dança é o pensamento do corpo. São Paulo: PUC-SP, 1994.

_____________ Vistos de entrada e controle de passaportes da dança brasileira. In: CAVALCANTI, L. (Org.). Tudo é Brasil. [S.l.: s.n], 2005. p.121131. Disponível em: http://www.helenakatz.pro.br/midia/helenakatz61149602185.jpg.

MORAES, Juliana. Repetição como estratégia de dramaturgia em dança. Volume 2. Edição nº 122012. Seção: EM PAUTA, Artigo 8. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/salapreta/article/view/57489.

ROLNIK, Suely. Subjetividade Antropofágica/Anthropophagic Subjectivity. PEDROSA, A. (Edit.). Arte Contemporânea Brasileira: Um e/entre Outro/s, XXIVa Bienal Internacional de São Paulo. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1998. P. 128-147. Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/cadernossubjetividade.

Seção
Cartografia de Pesquisas em Processo