Mulheres atravessadas na garganta

Resumo

Esta é uma comunicação que narra a história pessoal de uma atriz enclausurada em sua própria casa. Na cena uma atriz-mãe e suas tentativas de criação artística, entre malabarismos econômicos, jorro de notícias absurdas e dolorosas e sua abdução pelos afazeres domésticos que nunca têm fim. No contexto do Brasil pandêmico, essa mulher em isolamento social faxina as gavetas, onde encontra e relê antigas anotações em peças impressas. Neste processo relembra seu passado (mais que recente), seu percurso como atriz e os espetáculos teatrais encenados em Porto Alegre, nos doze anos de existência da Companhia Dramática. “Ah, os dias felizes”, diria Winnie, personagem de Beckett, ao lembrar do que passou. A atriz-mãe Juçara Gaspar, sou eu. Eu ouço as vozes de muitas mulheres-personagens-figuras atravessadas na minha garganta. A pintora, a folclorista, a dramaturga, a maga da birmânia, a heroína da literatura, gritam, choram, cantam, contam suas histórias de resistência em cena. Me projeto neste texto acadêmico como uma corpa ofertada, desmontada e montada novamente para ser outra. Relembro em palavras o processo do espetáculo apresentado em modo remoto "Mulheres Atravessadas na Garganta" (2020) para apontar estratégias de criação e produção de vídeo em Streaming, na plataforma YOUTUBE, a partir de ações cooperativas do meu núcleo familiar, e da aplicação dos recursos do Prêmio Fac Emergencial das Artes Cênicas.

Biografia do Autor

Juçara Gaspar, Universidade do Estado de Santa Catarina

Atriz, produtora e ativista feminista, Licenciada pelo Departamento de Arte Dramática da UFRGS. Atualmente é Mestranda sob a orientação da Dra. Maria Brígida de Miranda, no Programa de Pós-graduação em Teatro (PPGT), na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). É co-fundadora da Cia Dramática em Porto Alegre, companhia que trabalha temáticas feministas em cena desde 2009. 


Referências

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BOGART, Anne. A Preparação da Diretora. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2011.

KANE, Sarah. Obra Dramática Completa. Galícia: Ed. Galaxia. 2009.

MIRANDA, Maria Brígida de. Seminário de Introdução ao teatro Feminista. PPGT/UDESC, 2020. Disponível em: https://www.udesc.br/ceart/ppgt/ementas/brigida1 Acessado em abril de 2021.

PARRA, Violeta. Autobiografia em versos. Décimas. Santiago: Archivo Chile. http://www.archivochile.com/. 2008

VERÍSSIMO, Érico. O Tempo E O Vento - O Continente I São Paulo: 1998.

ZAMORA, Martha. As Cartas Apaixonadas de Frida Kahlo. São Paulo: Ed. José Olympio.2011.

SITES e LINKS

Site oficial da Cia Dramática. 2021. Disponível em www.ciadramatica.com.br

DUARTE, Marcela. AFONSO, Marcela.8M: ONG alerta para imprecisão em dados oficiais de feminicídio; veja estatísticas. Site Piauí. 2021. Disponível em

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FARIAS, Elaize. Amazônia em Chamas 20: Queimadas consomem árvores e animais no sul do Amazonas. Site Amazonia Real. 2020. Disponível em

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Artes Cênicas e Resistência. Portal ABRACE Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas. 2020. Disponível emhttps://youtu.be/u-UX0kY0cAg

Edital emergencial de auxílio à cultura pessoa jurídica. Site da Prefeitura de Porto Alegre. 2020. Disponível em

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REINHOLZ, Fabiana. Frida, Violeta Parra e mulheres anônimas ganham vida no corpo da atriz Juçara Gaspar. Jornal Brasil de Fato. 2020. Disponível em

https://www.brasildefato.com.br/2020/02/06/frida-violeta-parra-e-mulheres-anonimas-ganham-vida-no-corpo-da-atriz-jucara-gaspar

Publicado
2021-12-16
Seção
Mulheres da Cena