Cruzos e encantarias

  • Vilma Campos Universidade Federal de Uberlândia

Resumo

Tenho mergulhado na pesquisa a partir de leituras e treinamentos com a forma longa de mãos da família Yang (chamada forma 103), a forma essencial de exercícios de Chi Kung desenvolvidas pela Sociedade Brasileira de Tai Chi Chuan e o Baduanjin ou as oito peças do brocado. Estes me parecem ainda fundamentos relevantes porque promovem a junção mente e corpo e estão inseridos em práticas integrativas de saúde, colaborando significativamente no cuidado de si, na harmonia do ser e na vitalidade, aspectos que são relevantes no processo criativo. Porém, como posso dar um passo adiante em aspectos que não dissociam mente e corpo, temporalidades e espaço, levando-nos a aspectos integrativos e ancestrais?  Tenho tateado possibilidades pautada em fundamentos de matrizes culturais de povos originais da América Latina e Afro-Diaspóricos a partir do acesso ao projeto de residência artística intitulado Vagamundos – um laboratório cênico no Centro de Pesquisa Teatral ( CPT – SESC – SP) e proposto pela Pedagoga Maria Thaís Lima Santos, especialmente a primeira fase em Abrindo Terreiros em Setembro e Outubro de 2020 que constou de treze encontros virtuais de escuta de saberes pluri epistêmicos – indígenas, africanos, afro-diaspóricos, afro-indígenas e caboclos que se realizam e agenciam nesse território, reconhecendo as singularidades e distinguindo ferramentas, categorias e instrumentos que fundam os seus múltiplos pensares.

Biografia do Autor

Vilma Campos, Universidade Federal de Uberlândia
Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal de Uberlândia – PPGAC/UFU.

Referências

CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas. São Paulo: Edusp, 2008.

CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. São Paulo: Cultrix,1997.

CESARINO, Pedro de Niemeyer. Oniska a poética da morte e do mundo entre os Marubo da Amazônia ocidental. (Doutorado em Antropologia Social) – Museu Nacional da UFRJ, 2008.

CHAUÍ, Marilena. Brasil mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Perseu Abramo, 2000.

COBURN, Veronia; MORRISON, Sue. Clown through mask. The pioneering work of Richard Pochinko as pratctised by Sue Morrison. Chicago: Intellect Ltda, 2013.

GALEANO, Eduardo. Veis abertas da América Latina (trad. Sérgio Faraco). Porto Alegre: L&PM, 2010.

LOUREIRO, João de Jesus Paes. Cultura Amazônica – uma poética do imaginário. Belém, PA: CulturaBrasil, 2015.

KOPENAWA, Davi. A queda do céu. São Paulo: Cia das Letras, 2015.

KRENACK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Cia das Letras, 2019.

MARTINS, Leda Maria. Afrografias da memória: o reinado do Rosário no Jatobá. Belo Horizonte: Autêntica, 1997.

MURA, Marcia. Tecendo tradições indígenas. Tese Doutorado em História Oral. FFLCH, USP, 2016.

NASCIMENTO, Wanderson Flor do. Por uma vida descolonizada: diálogos entre a bioética de intervenção e os estudos sobre a colonialidade. Tese. Doutorado em Bioética, Universidade de Brasília, Brasília, 2010.

ONAWALE, Lande. Preticese milongas. Salvador: Organismo Editora, 2019.

PASSOS, Marlon Marcos Vieira. Iyá Zulmira de Zumbá: uma trajetória entre nações de Candmblé. Tese. Doutorado em Antropologia. UFBA, 2016.

PONTES, Katiúscia Ribeiro. Memet, scolas e Arcádeas: a importância da filosofia africana no combate ao racismo epistémico e a lei 1063903. Dissertação Filosofia eEnsino CEFET RJ, 2017.

SALLES, Sandro Guimarães. À sombra da Jurema: a tradição dos Mestres juremeiros na Umbanda de Alhandra. Revista Antropológicas, v. 15, n. 1, 2004, UFPE.

SANTOS, Ivanildo Lubarino Piccoli. O dueto cômico: da Commedia dell’Arte ao Cavalo Marinho. Universidade Estadual Paulista (UNESP). Tese (Doutorado em Artes), 2015.

SANTOS, Antonio Bispo. Colonização, quilombo modos e significados. Brasília: UNB, 2015.

SANTOS, Tiganá Santana Neves. A cosmologia africana dos bantu-kongo por BunsekiFu-Kiau: tradução negra, reflexões e diálogos a partir do Brasil. Tese. Doutorado em Estudos da tradução do Departamento de Letras Modernas da FFLCH USP, 2019.

SIMAS, Luiz Antonio. O corpo encantado das ruas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2020.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Ed. Cortez, 1996.

ZAPATA, Miguel Rubio. O grande teatro de Paucartambo. Sala Preta, v. 16, n. 1, 2016. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/salapreta/article/view/115407/114738

Publicado
2021-12-16
Seção
Circo e Comicidade